Número de imigrantes cresce e SC amplia acolhimento
Estado já recebe mais de 15 mil venezuelanos, impulsionando políticas de integração e assistência social
Pela primeira vez desde 1960, o Brasil registrou aumento no número de imigrantes internacionais. Segundo dados do Censo Demográfico 2022, divulgados no fim deste mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país tem hoje um milhão de estrangeiros e naturalizados residentes — crescimento de 70,3% em relação aos 592 mil registrados em 2010.
Santa Catarina acompanha a tendência com impacto direto. O estado abriga uma das maiores comunidades de venezuelanos do Brasil, reflexo do fluxo migratório que colocou a Venezuela no topo da lista de países de origem dos imigrantes. De apenas dois mil em 2010, o número de venezuelanos no Brasil saltou para 198 mil em 2022, superando os portugueses. Estimativas do Observatório das Migrações de Santa Catarina, ligado à UFSC, apontam que mais de 15 mil vivem atualmente no estado — especialmente em cidades como Joinville, Florianópolis, Chapecó e Blumenau.
Além dos venezuelanos, aumentou também a presença de imigrantes bolivianos, haitianos, paraguaios, argentinos e colombianos, que representam hoje 72% do total. Em contrapartida, caiu a proporção de nascidos na Europa (de 29,9% para 12,2%) e na América do Norte (de 20,4% para 7%).
Conforme o IBGE, o novo perfil migratório tem menos retorno de brasileiros e mais chegada de estrangeiros em busca de refúgio e oportunidades. Em Santa Catarina, a Secretaria de Estado da Assistência Social, Mulher e Família tem reforçado programas de acolhimento, com foco em documentação, abrigo temporário e inserção no mercado de trabalho.
Do total de imigrantes no país, 399 mil chegaram nos cinco anos anteriores ao Censo, indicando que o fenômeno é recente e em expansão. Em SC, órgãos estaduais e entidades civis trabalham para adaptar políticas públicas às novas demandas sociais, culturais e econômicas trazidas pela diversidade migratória.