Cotidiano
Como é a rotina de um cão policial?
Heróis de quatro patas combatem o tráfico de drogas todos os dias e passam por treinamentos desde filhotes

Por
Matheus Machado

Recentemente o Canil Setorial do 5º Batalhão de Polícia Militar (BPM) recebeu uma moção de cumprimentos da Câmara de Vereadores de Tubarão pelo desempenho da guarnição no combate ao tráfico de drogas na região. Em Tubarão, as ferramentas caninas são destaque e atuam de forma diária, especialmente em operações contra às drogas. Em cima disso, a reportagem do portal SCTodoDia compareceu no canil do batalhão para contar como é a rotina dos heróis de quatro patas.
O 5º BPM conta atualmente com quatro condutores e quatro cães policiais, sendo um Golden Retriever (Dom), um Pastor Alemão (Maxx) e dois pastores Belga Malinois (Gam e Diamante). Os animais vivem no Canil Setoril, onde dormem, praticam atividades físicas, fazem treinamentos e brincam. Os condutores também possuem uma relação próxima com cada animal, levando-os para passear nas folgas ou mesmo passando tempos juntos nos fins de semana.
Rotina
Conforme o Cabo Andrade, condutor do cão GAM, o dia de trabalho inicia logo pela manhã. O policial verifica como o animal passou a noite, verificando o estado do box em que ele dormiu. O cachorro é então liberado para uma primeira atividade, fazendo corridas e suas necessidades fisiológicas, que são avaliadas pelos condutores. Antes do serviço começar, uma nova avaliação é feita para verificar se os cães não estão com algum carrapato ou mesmo feridos, uma vez que as ocorrências onde existem entulhos ou cacos de vidro são recorrentes durante as noites.
“Feita a verificação inicial, assumimos o serviço com a rede de rádio. Passamos para a ronda que o canil está sem alteração. Eles estando apto, iniciamos as atividades físicas do cão. Geralmente é uma corrida ou uma natação. Depois começam os trabalhos de treinamento específicos. Pode ser obediência básica, guarda e proteção ou outros específicos”, explica o Cabo Andrade. Após esses processos, o canil se desloca para a rua para apoiar as demais guarnições.
Brincadeira
Engana-se quem pensa que a vida de um cão policial se resume apenas a trabalho. Além dos períodos de lazer, Andrade explica que para o cão, a atividade de estar farejando e encontrado produtos ilícitos será sempre uma diversão. “Posso dizer que é uma mistura dos dois. Para eles será sempre uma brincadeira”, frisa o condutor. Além disso, os policiais tem o costume de levá-los para passear em praças, nadar, correr, e, principalmente, brincar de bolinha.
Preferências
Em Tubarão, todos os cães são aptos para o faro de drogas e armas. Para a demanda de guarda e proteção, os agentes Maxx e Diamante são os mais avançados nesta área. Para busca e captura, o Pastor Alemão também é o especialista em identificar rastros do batalhão. Conforme o Cabo Neto, é possível distinguir qual será a maior atribuição de cada cão desde que são filhotes. “Desde pequenos, quando começa a socialização, já é possível identificar se eles estão aptos para o serviço policial. Não ter medo de barulhos, não ter insegurança e daí sim começam os treinamentos. Com os treinos, daí vai aperfeiçoando”, explica o conduto.
Os primeiros ensinamentos são para obediência, depois começam os treinos para o faro e proteção. “O Dom, que é o Golden, essa parte da guarda e proteção já não faz, é da raça, mas o seu faro é muito aguçado. É adaptado de acordo com a raça e com o desenvolvimento deles”, explicou o policial sobre as valências dos cães.
O reconhecimento
O Cabo Neto também falou sobre a importância do Canil ser reconhecido publicamente pelos vereadores, destacando ainda mais a atuação diária dos profissionais. “Os quatro integrantes ficaram muito felizes. Toda vez que vem um elogio, algo honroso, eleva o orgulho de pertencimento a própria PM. Isso eleva ainda mais a nossa vontade em querer trabalhar mais e mostrar mais serviço para a sociedade”, completa o policial.
Em média, os cães policiais prestam serviços de 8 a 1o anos. Em Tubarão, tanto o Golden Dom, como o Pastor Maxx, estão prestes a se aposentar, mas seguem atuando diariamente em diversas ocorrências de combate ao tráfico e servindo, mesmo que silenciosamente, a toda população.