Cotidiano
Comunidade pede audiência pública junto a autoridades
Problemas na rodovia Aggeu Medeiros levantam dúvidas na população

Por
Matheus Machado

A Associação de Moradores da Madre, em Tubarão, está solicitando uma audiência pública na comunidade e pede a presença de autoridades como o prefeito, vereadores, deputados, Ministério Público, engenheiros da empresa Confer e membros da Amurel.
O motivo seria a obra da rodovia Aggeu Medeiros, que liga Tubarão a Laguna, e que novamente viraram assunto de preocupação para os moradores da Madre, região onde a produção agrícola é predominante.
Desta vez, a questão é em cima de novas galerias de água, conjunto de tubulações que têm como objetivo drenar a água da chuva da área até o Rio Tubarão, que margeia a estrada. No entanto, a dois metros de distância do buraco feito para instalação do novo equipamento, já existem duas galerias de cerca de 1 metro e com tampa automática de inox.
O questionamento da comunidade é porque investir em uma nova galeria a dois metros de distância de um equipamento que já está pronto, carecendo apenas de manutenções para ser mantido. Vale destacar, que em meio as obras no último fim de semana, uma das máquinas acabou atingindo e quebrando o equipamento, que foi tapado com terra posteriormente.
“Viemos lutando para tentar melhorar os projetos. Conseguir um trabalho em conjunto com as autoridades pois é uma obra importante para todo o desenvolvimento regional. A rodovia liga a serra ao mar e conseguimos avançar em trazer a ótica que a estrada é um dique. As cotas foram alteradas e conseguimos aumentar o nível de segurança da rodovia. Mas, agora a preocupação é com a colocação das aduelas de 4×2 metros para uma possível drenagem, se caso um dia o rio passar por cima”, disse Tiago Gaulês, empresário com propriedades na região e presidente da Associação de Moradores da Madre.
Segundo ele, a instalação do equipamento resultaria em um ponto fraco no dique de contenção. “Vai ser um gargalo. Já aconteceu uma vez e foi catastrófico para a região em 2022. Queremos evitar um possível rompimento da estrutura, pois a pressão da água do rio, quem segura é o dique da Aggeu Medeiros. A pressão de água é mais alta porque os terrenos são mais baixos. A gente precisa que a prefeitura ou outra entidade consigam avaliar com os técnicos e trazer a transparência para a população”, disse Tiago.
De acordo com o presidente, informações foram pedidas para o Consorcio Multifinalitário da Associação dos Municípios da Região de Laguna (CIM-Amurel), mas não houve retorno. “Tem risco da comporta ceder, tem possibilidade de infiltração e perda da estrutura. O pessoal está com medo e nossa demanda é ter mais transparência para que a gente consiga dialogar com as autoridades”, ressaltou Gaulês.
O salão do bairro Mato Alto já teria sido reservado para a audiência pública e agora os vereadores verificam em suas agendas uma data para realizar o encontro. “Que venha a Amurel e seus engenheiros, que não compareceram, nem eles, nem a Confer (empresa responsável pela obra), na audiência que a gente fez na Câmara de Vereadores, para que expliquem tudo e a gente possa continuar essa obra ou repensar essa estrutura”, declarou Gaulês.
“A Associação vê isso como um desperdício do dinheiro público e aumento do risco. Já existe uma estrutura, que poderia ser reformulada ou colocada em operação. O dano por causa da obra acontece, mas precisa ser corrigido. A questão é: precisa gastar esse dinheiro ali, ou pode realocar em outra coisa? Uma comunidade que foi atingida quatro vezes com enchentes após o início dessa obra, acho que o mínimo de empatia, é uma reunião explicando as coisas tecnicamente”, falou Tiago.