Tubarão tem apenas um mutirão de castração em 2025
Grupos de proteção animal cobram ações efetivas do poder público para reduzir população de animais nas ruas

Por
Leticia Matos

A castração de cães e gatos voltou ao debate em Tubarão. O município realizou apenas um mutirão de castração em 2025, o que, segundo grupos de proteção animal, é insuficiente diante do crescimento da população de animais de rua.
Cátia Bueno, fundadora do grupo voluntário Quatro Patas e Bigodes, destacou em entrevista à Rádio Cidade, que a responsabilidade pelo serviço é do poder público. “As protetoras independentes fazem o possível com doações e recursos próprios, mas nunca é suficiente. A prefeitura precisa assumir essa política pública”, afirmou.
Castra móvel como solução imediata
Segundo Cátia, a medida mais eficaz no curto prazo seria a implantação de um castra móvel, capaz de realizar até 600 procedimentos em apenas dois dias. Além da agilidade, o atendimento em finais de semana facilitaria o acesso para famílias de baixa renda, que muitas vezes não conseguem levar seus animais durante a semana.
A prefeitura estuda o credenciamento de clínicas veterinárias, modelo considerado importante, mas que não substitui a necessidade de uma ação emergencial. “Enquanto o processo ideal não se concretiza, precisamos de medidas rápidas para estancar a reprodução descontrolada”, reforçou a protetora.
Mais do que castração: conscientização
Outro ponto destacado é a necessidade de campanhas educativas, principalmente nas escolas. “A criança leva o aprendizado para casa, influenciando os pais sobre a importância da castração e da responsabilidade ao adotar um animal”, explicou Cátia.
Além de evitar ninhadas indesejadas e abandono, a castração também é uma questão de saúde animal, prevenindo doenças graves em idade avançada, como câncer e problemas de próstata.
Pressão por políticas estruturadas
Com apenas um mutirão realizado em oito meses de gestão municipal, protetores cobram da Fundação de Meio Ambiente de Tubarão (Funat) a implementação de um plano contínuo de castração aliado à conscientização comunitária. A medida é vista como essencial para reduzir o abandono, prevenir acidentes e melhorar o bem-estar animal.
Enquanto não há políticas estruturadas, grupos voluntários como Quatro Patas e Bigodes, Segunda Chance e outras iniciativas locais continuam arcando com custos e responsabilidades que deveriam ser do poder público.