O aumento nos casos de puberdade precoce tem preocupado especialistas em Santa Catarina, especialmente no período pós-pandemia. Dados do Journal of the Endocrine Society indicam que meninas e meninos têm apresentado sinais do desenvolvimento sexual antes do tempo, com destaque para alterações físicas e comportamentais.A endocrinologista pediátrica Tamires de Souza Garcia Tomazi, que atende em SC, explica que o uso intenso de telas, o sedentarismo e a alimentação inadequada durante o isolamento social estão entre os principais fatores desencadeadores. “Além desses, a obesidade e a exposição a disruptores endócrinos, presentes em cosméticos e embalagens plásticas, também contribuem”, alerta.Entre os sintomas estão o crescimento acelerado, odor nas axilas, espinhas, surgimento de pelos e aumento de mamas ou testículos antes dos oito ou nove anos, respectivamente. O diagnóstico é feito com base em avaliação clínica, exames hormonais e de imagem, como radiografia de punho, ultrassonografia e ressonância magnética.Em Santa Catarina, clínicas como a URC têm ampliado a oferta desses exames com foco pediátrico, facilitando o diagnóstico precoce. A médica Amanda Pizzolatti destaca que o atendimento ágil é essencial para o sucesso do tratamento, que pode incluir o uso de medicamentos para bloquear temporariamente a puberdade.O alerta é para que pais, responsáveis e profissionais de saúde fiquem atentos aos sinais e busquem orientação médica o quanto antes. O acompanhamento adequado é decisivo para evitar impactos na estatura final e no bem-estar emocional das crianças.