Consumo de refrigerante cresce 56% entre usuários de canetas emagrecedoras

Pesquisa divulgada na Latam Retail Show aponta mudanças no padrão de compras após início do tratamento com medicamentos como Ozempic e Wegovy.

Leticia Matos

Publicado em: 17 de setembro de 2025

4 min.
Consumo de refrigerante cresce 56% entre usuários de canetas emagrecedoras. - Foto: Divulgação/SCTODODIA

Consumo de refrigerante cresce 56% entre usuários de canetas emagrecedoras. - Foto: Divulgação/SCTODODIA

O uso de medicamentos emagrecedores, como Ozempic, Wegovy e Mounjaro, está alterando o comportamento de consumo dos brasileiros. De acordo com levantamento da Varejo 360, divulgado nesta semana durante a Latam Retail Show, em São Paulo, houve aumento de até 56% no consumo de refrigerantes tradicionais entre os usuários dessas chamadas “canetas emagrecedoras”.

O que mostrou a pesquisa

O estudo analisou os hábitos de compra de 246 consumidores antes e depois do início do tratamento, comparando períodos de 12 meses. Entre os principais resultados:

  • Refrigerantes tradicionais: aumento de 56% no volume médio mensal por comprador.
  • Bebidas alcoólicas: alta em categorias como ice drink (37%), vinho fino (13%), cerveja artesanal (8%) e whisky (8%).
  • Outras bebidas com açúcar: suco pronto (14%), refresco em pó (16%) e energético (19%).

Por outro lado, houve queda no consumo de refrigerantes light, diet e zero, além de doces, salgadinhos e outros ultraprocessados.

Menos fast food, menos ultraprocessados

O levantamento também mostrou queda na frequência de visitas a redes como McDonald’s e Burger King. O consumo médio mensal passou de 1,90 para 1,82 vez no McDonald’s e de 1,45 para 1,47 vez no Burger King.

Entre os produtos ultraprocessados que perderam espaço no carrinho estão balas (-15%), creme de avelã (-15%), mortadela (-10%), hambúrguer congelado (-9%) e sobremesas lácteas (-6%).

Impactos nos alimentos saudáveis

A redução não se limitou aos ultraprocessados. Alimentos considerados saudáveis também tiveram queda, como legumes congelados (-22%), ervas desidratadas (-23%) e leite zero lactose integral (-25%).

O que explicam os especialistas

Segundo os pesquisadores, os resultados refletem o efeito de saciedade causado pelos medicamentos. “O esperado é justamente uma redução no volume consumido. Porções menores já satisfazem plenamente os usuários em tratamento”, apontou a análise.

Estudos anteriores já indicavam tendência de menor gasto com alimentação fora de casa entre famílias que utilizam medicamentos da classe GLP-1, como Ozempic e Mounjaro.


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