Uma nova pesquisa da Universidade Penn State traz evidências que desafiam a ideia de que toda carne vermelha é prejudicial ao coração. O estudo avaliou adultos jovens e constatou que consumir quantidades moderadas de carne bovina magra, dentro de uma dieta mediterrânea, não eleva os níveis de TMAO, composto associado ao risco de doenças cardiovasculares.
O que diz o estudo
Os pesquisadores compararam quatro dietas controladas, seguidas pelos participantes durante quatro semanas cada:
- Dieta americana padrão: com 70 g diários de carne não magra.
- Três variações da dieta mediterrânea, contendo:
- 14 g de carne magra por dia
- 70 g de carne magra por dia
- 155 g de carne magra por dia
Os resultados mostraram que, nas dietas mediterrâneas com 14 g e 70 g diárias, os níveis de TMAO foram menores do que na dieta americana. A versão mediterrânea com 155 g não apresentou mudanças significativas no marcador.
A pesquisadora Kristina Petersen destaca que o padrão alimentar como um todo teve mais impacto que a quantidade de carne. Todas as versões mediterrâneas aumentaram a diversidade do microbioma intestinal, indicador de boa saúde.
Como o estudo foi realizado
A pesquisa acompanhou 30 adultos, que receberam todas as refeições preparadas pelos cientistas. Isso permitiu comparar os efeitos das dietas sem interferência dos hábitos pessoais.
Ao final de cada fase, foram analisadas amostras de sangue, fezes e urina, buscando:
- níveis de TMAO
- diversidade microbiana
- marcadores metabólicos gerais
Carne magra pode fazer parte de uma dieta equilibrada?
Segundo o estudo, o consumo moderado de carne magra não processada, associado a uma dieta rica em:
- frutas
- vegetais
- azeite
- grãos integrais
não aumentou o risco cardiovascular entre os participantes avaliados.
Contudo, os autores alertam que:
- os resultados não se aplicam a carnes processadas ou gordurosas;
- porções muito elevadas podem neutralizar os benefícios;
- mais estudos são necessários com pessoas mais velhas ou com doenças pré-existentes.
Outros achados relacionados
Pesquisas anteriores do mesmo grupo indicam que uma dieta mediterrânea com carne magra também pode reduzir a pressão arterial em comparação ao padrão alimentar americano.
Entretanto, a literatura científica segue inconclusiva sobre o efeito da carne vermelha nos níveis de TMAO, já que estudos apresentam resultados divergentes.
O que isso significa para o consumidor
Especialistas reforçam que não é apenas a carne que determina o risco cardiovascular, mas todo o padrão alimentar. Para manter a saúde do coração, recomenda-se:
- priorizar frutas, verduras e legumes
- consumir mais grãos integrais
- reduzir gorduras saturadas
- limitar carnes processadas
- adotar equilíbrio nas porções de proteína animal
A principal mensagem é que a moderação, aliada a uma dieta de qualidade, desempenha papel essencial na prevenção de doenças cardíacas.
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