Saúde
Febre oropouche atinge 7.653 casos no Brasil
Apenas cinco Estados brasileiros ainda não notificaram casos de Oropouche
Por
Vitor Wolff
Até agora, em 2024, apenas o Distrito Federal, Goiás, Paraná, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul não registraram casos de febre do Oropouche. De acordo com o Painel de Monitoramento de Arboviroses, Mato Grosso do Sul e Paraíba notificaram um caso cada, São Paulo teve cinco, Alagoas registrou seis, e Tocantins oito. Em todo o país, já foram confirmados 7.653 casos da doença, com duas mortes.
O Amazonas lidera o número de infecções, com 3.228 casos, seguido por Rondônia com 1.710, Bahia com 844, Espírito Santo com 441, e Acre com 270 casos. As duas mortes confirmadas ocorreram em julho, no interior da Bahia. Até então, não havia registros de óbitos causados pela febre do Oropouche na literatura científica mundial. As vítimas eram mulheres, com menos de 30 anos e sem comorbidades, apresentando sintomas semelhantes aos da dengue grave.
O Ministério da Saúde investiga, ainda, pelo menos oito casos de possível transmissão vertical da febre do Oropouche, ou seja, de mãe para filho durante a gestação ou no parto. Esses casos foram registrados em Pernambuco, Bahia e Acre. Metade dos bebês nascidos dessas mães apresentou anomalias congênitas, como microcefalia, enquanto a outra metade não sobreviveu.
Na última segunda-feira (13), a Secretaria de Saúde do Ceará informou que está investigando a morte de um feto, possivelmente relacionada à infecção pela febre do Oropouche. A gestante, de 40 anos, mora em Baturité e foi atendida em Capistrano. A secretária de Saúde do Ceará, Tânia Coelho, destacou que 60% das doenças infecciosas em humanos são transmitidas por animais ou insetos, como mosquitos, e reforçou a necessidade de um plano de ação para enfrentá-las.
Na semana passada, o Acre notificou a morte de um bebê com anomalias congênitas, associadas à transmissão vertical do vírus. O recém-nascido, que morreu aos 47 dias de vida, era filho de uma mulher de 33 anos, que teve febre e erupções cutâneas no segundo mês de gravidez. Testes laboratoriais realizados após o parto confirmaram a presença do vírus Oropouche. A febre do Oropouche é transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis, e a população é orientada a manter os quintais limpos e evitar o acúmulo de materiais orgânicos para prevenir a proliferação do mosquito.