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SC estima 2 mil casos de câncer de pulmão neste ano

Saúde
Foto: Divulgação/SCTodoDia

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SC estima 2 mil casos de câncer de pulmão neste ano

Cada vez mais, ações de orientação e prevenção são fundamentais; ainda segundo especialista, não existe remédio para parar de fumar

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Pesquisa do Instituto Nacional do Câncer – INCA, divulgados pela Secretaria Estadual da Saúde, mostra que são estimados para este ano no Brasil, 32.560 novos casos de câncer de pulmão. Os dados também apontam que, para a região sul do país, são observadas as taxas de incidência mais elevadas para homens e mulheres. Sendo que, nos homens, é a segunda neoplasia mais frequente, representando 31,54 por 100 mil. Somente para Santa Catarina, estima-se 2.090 novos casos. Os dados mostram ainda que, destes números, 160 casos são esperados para a Capital do Estado. E cada vez mais, ações de orientação e prevenção são fundamentais.

O médico pneumologista, Márcio Martins, membro da Associação Brusquense de Medicina – ABM, lembra que “o cigarro tem mais de 3.500 substâncias tóxicas, causando inúmeros problemas à saúde, como doenças cardiovasculares, principalmente o infarto do Miocárdio e outras doenças coronarianas ou até insuficiência cardíaca congestiva, e propicia também a hipertensão arterial sistêmica; doenças cérebro vasculares, pois o acidente vascular cerebral, seja isquêmico ou hemorrágico, está muito associado ao tabagismo, além das doenças arteriais obstrutivas periféricas dos membros inferiores, também são causadas em quem fuma, principalmente, aqueles que fumam com uma carga tabágica muito intensa, além disso, o cigarro também causa doenças gastrointestinais. Estudos mostram ainda que, a doença pulmonar, doença cardiovascular ou qualquer outra doença pode surgir após a pessoa fumar em média entre 7 a 10 anos, cinco cigarros por dia.

O médico alerta as pessoas que convivem com fumantes. Segundo ele, essas pessoas são aquelas chamadas de fumantes passivos, porém elas têm que estar no mesmo ambiente de quem fuma ou próximo. “As crianças, por exemplo, que vivem ao lado de fumantes, principalmente, no ambiente domiciliar, têm uma incidência maior de doenças respiratórias provocadas pelo fumo passivo, causado por pai, mãe ou avós. Então, tudo influencia no desenvolvimento de doenças pulmonares também naquelas pessoas que estão próximas a quem fuma. Lembrando que, a doença pode ser provocada pelo fumo, pelo cigarro, mas também pelo cachimbo, qualquer que seja a natureza e a origem do tabaco”, afirma o pneumologista.

O alerta dos médicos também é para os usuários de cigarro eletrônico, narguilé e outros, os quais, segundo ele, não tem diferença, somente em relação à combustão das substâncias. “O uso de cigarro eletrônico hoje, por exemplo, é muito frequente na adolescência e nos adultos jovens. As substâncias dele, em sua maioria, são líquidas e do cigarro é a combustão, a queima do fumo ali. Mas basicamente é essa a diferença em relação à combustão. Com relação aos danos à saúde, eles são iguais ou piores que aqueles provocados pelo cigarro de papel. Os danos não são diferentes e inclusive pode causar também câncer de pulmão e outros tipos de câncer em determinados órgãos”, informa.

Sintomas

Para identificar as doenças causadas pelo fumo, as pessoas que fumam devem procurar um um médico especialista de pulmão para identificar alguma anormalidade. “A gente vê quando recebe o paciente e ele fala assim: ‘eu já fui em vários médicos e eles dizem que não tem nada, meu raio x é excelente e não apresenta absolutamente nada’. Esse é um grande problema, isso é uma armadilha, porque provavelmente esse pulmão não está normal para quem fuma há mais de 7 a 10 anos”, explica.

Entre os exames mais usados pelos médicos estão o de medida da função pulmonar, através da espirometria ou exames de função pulmonar avançado, como a pletismografia. Esse exame é que identifica as doenças pulmonares, sendo mais rápido. Os exames de imagem também são importantes, como a tomografia computadorizada de tórax, chamado de alta resolução. Há ainda outros exames, mas é preciso avaliar a história clínica do paciente, se existe outra patologia e desta maneira, o especialista pode pedir outros exames , além daquele de função pulmonar.

Segundo o pneumologista Marcio Martins, a população deve saber que, não existe um remédio hoje no Brasil e no mundo para deixar de fumar, o que existe são medicamentos ou fármacos para diminuir os sintomas ou sinais clínicos de abstinência à nicotina. “O que a gente tem utilizado hoje é reposição de nicotina através dos adesivos ou a goma de mascar associada a alguns fármacos que diminuem a ansiedade. A bupropiona ou até a Amitriptilina também são usados para diminuir a ansiedade provocada pela abstinência da nicotina”, explica o médico.

Outra dica é procurar um médico especialista de pulmão ou um grupo de apoio, onde o enfoque seja abandonar o tabagismo. É um grupo para conversar, semelhante aos alcoólatras anônimos, pois o tabagismo também é uma epidemia muito grande hoje no mundo e ela é extremamente nociva a saúde da população. É um problema de saúde pública que precisa ser atacado, apesar da indústria tabaqueira gerar muitos recursos ao governo federal, o que dificulta o trabalho de prevenção.

“Além disso, é importante que a pessoa pratique esportes ou atividades de lazer pelo menos três vezes por semana, pois ela tira o foco da necessidade do uso do cigarro. Esse tipo de atividade também altera todo o estilo de vida da pessoa, pois tomar um café estimula a fumar, tomar uma bebida alcóolica estimula a fumar e tudo isso deve ser evitado. E quando você faz atividades físicas mais vezes na semana, diminui a ansiedade, até a própria abstinência do uso da nicotina. É importante salientar que parar de fumar depende de cada pessoa. A pessoa tem que ter coragem, tem que ter caráter e personalidade para parar de fumar”, frisa o especialista.

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