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SCTODODIA

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Sul de SC tem 10 municípios com infestação de dengue

Criciúma
Mosquito da dengue, Aedes aegypti, responsável pelos casos da doença
Foto: Ilustração / Envato

Criciúma

Sul de SC tem 10 municípios com infestação de dengue

Santa Catarina registra 347 mil casos e 340 mortes por dengue em 2024. Já o Sul de SC tem 10 municípios com infestação do mosquito

CRICIUMA

Santa Catarina registrou 347 mil casos de dengue em 2024 e chegou à marca de 340 óbitos, o maior número já registrado na história do estado. Em entrevista à Rádio Cidade em Dia, o diretor da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), João Augusto Fuck, reforçou a importância da prevenção e combate ao mosquito Aedes aegypti para conter a proliferação da doença.

Segundo João, locais fora do campo de visão, como calhas entupidas e caixas d’água, são grandes criadouros do mosquito. “Calhas com caimento inadequado acumulam água e facilitam a reprodução do mosquito. Em 2016, durante a epidemia em Pinhalzinho, identificamos calhas como os principais focos. Caixas d’água e cisternas também devem ser vedadas, pois o mosquito consegue acessar qualquer abertura.”

Além disso, qualquer local que acumule água parada pode ser um criadouro. “Pratinhos de plantas, pneus, tampas de garrafa, brinquedos e piscinas sem manutenção são ambientes ideais para a reprodução. Mesmo objetos pequenos podem se tornar foco do mosquito.”

João destacou duas ações essenciais no combate à dengue. “A primeira é a eliminação de criadouros, especialmente agora, quando o clima é favorável, com chuvas frequentes e temperaturas altas. A segunda é ficar atento aos sintomas, como febre, dores de cabeça, dores no corpo, manchas vermelhas e cansaço extremo. Nesses casos, é importante buscar atendimento médico imediatamente e manter-se hidratado para evitar o agravamento da doença.”

Para locais que não estão sendo cuidados, a orientação é buscar a Secretaria Municipal de Saúde. “Se há terrenos baldios ou áreas abandonadas que acumulam água, as equipes municipais podem ser acionadas para notificar os responsáveis e tomar medidas.”

João ressaltou que a vacina contra a dengue foi incorporada ao SUS no final de 2023, mas ainda está restrita a adolescentes de 10 a 14 anos em algumas regiões, como Joinville, Jaraguá do Sul, Grande Florianópolis, Blumenau e Chapecó. “A limitação de doses impede uma ampliação nacional, mas a adesão tem sido baixa, com cobertura vacinal em torno de 20%. É fundamental que as famílias dessas regiões vacinem seus filhos para prevenir formas graves da doença.”

Embora a região Sul ainda não tenha transmissão intensa, o cenário já preocupa, com 10 municípios infestados: Araranguá, Balneário Gaivota, Passo de Torres, Sombrio, Içara, Braço do Norte, Grão-Pará, Imbituba, São Ludgero e Tubarão. “Infestação é o primeiro passo para a transmissão da dengue, e os municípios do Sul precisam intensificar as ações de prevenção para evitar um aumento expressivo de casos nos próximos anos,” alertou João.

O governo do estado intensificou as ações de combate à dengue com campanhas de mobilização, capacitação de profissionais e fornecimento de equipamentos para identificar a gravidade da doença e aplicar inseticidas. “Distribuímos aparelhos portáteis para exames que medem a gravidade da dengue e adquirimos equipamentos para aplicação de inseticidas, com apoio contínuo às prefeituras,” afirmou João.

João destacou que a prevenção é um dever de todos, citando que o mosquito Aedes aegypti se reproduz em locais com água parada, e a maioria dos focos está em residências, comércios e locais de trabalho. “Tirar 10 minutos por semana para eliminar esses criadouros faz uma grande diferença. Se cada um fizer a sua parte, podemos reduzir os casos e salvar vidas.”

Por fim, ele alertou que os ovos do mosquito podem resistir por mais de um ano no ambiente. “Se um recipiente voltar a acumular água, o ciclo de reprodução se reativa. Ações de prevenção devem acontecer o ano todo, mas é fundamental intensificar no verão, quando o clima é ideal para a proliferação do mosquito.”

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