Saúde
Tabela praticada em SC impulsiona cirurgias eletivas
Somente em 2024, a Secretaria de Estado da Saúde já repassou R$ 382,7 milhões a hospitais catarinenses
Por
Joca Baggio
O aumento nos valores das cirurgias eletivas repassados aos hospitais catarinenses foi uma das alternativas encontradas pelo governo do Estado para reduzir a fila de espera. Com a nova tabela dos valores, adotada no ano passado, o Estado paga valores diferenciados do que é garantido pela tabela do SUS, suprindo a defasagem em mais de 900 procedimentos. Apenas neste ano, os repasses para as cirurgias eletivas somam R$ 382.761.755,17.
“Nossa intenção sempre foi dar agilidade no atendimento à população. Se eu tenho um procedimento que paga R$ 1 mil, a tabela catarinense pode garantir R$ 3 mil. Essa diferença pode chegar até 12 vezes mais que o valor da tabela de referência do SUS”, pontua o governador Jorginho Mello. Ele destaca ainda que tudo foi feito com muita conversa entre Secretaria da Saúde, municípios e hospitais, para que se levantasse quais os procedimentos estavam com a maior defasagem e, por isso, acabavam com maior demanda.
As maiores diferenças de valores entre o que é pago pelo SUS e a tabela catarinense estão concentradas nas cirurgias urológicas de média complexidade e nas cirurgias ortopédicas de alta complexidade. São procedimentos que historicamente geram uma grande demanda e um tempo maior de espera. Uma artroplastia de joelho ou de quadril com uso de prótese, por exemplo, pode chegar a 12 vezes o que é pago pela tabela SUS. Todo esse empenho fez com que houvesse um aumento de 60% na execução das cirurgias eletivas em 2023 com relação a 2022.
“São valores consideráveis, por isso tudo é feito com responsabilidade, com critério técnico, com análise de mercado. É importante também deixar claro que nós pagamos de acordo com a produção. Então produziu, recebeu. Não produziu, não recebeu. A gente também tem que deixar muito claro que cirurgias eletivas feitas nos hospitais públicos estaduais não estão nessa conta. Eu já tenho um valor agregado no custo dos hospitais próprios que não entram nesse valor de R$ 382 milhões”, explicou o secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi. Ele diz que a tendência é que até o final do ano o Tesouro do Estado tenha aplicado mais de R$ 500 milhões somente para cirurgias eletivas.
Atrelado a tudo isso, o governo do Estado também criou o Programa de Valorização dos Hospitais, com pagamentos fixos de acordo com a disponibilidade de serviços das unidades de saúde. Para este ano está previsto um orçamento de R$ 670 milhões para hospitais filantrópicos e municipais. “Atualmente nós estamos negociando com mais dois hospitais e tudo indica que até dezembro nós tenhamos um total de oito hospitais privados que passarão a compor o Sistema Único de Saúde. Claro que por conta desse movimento, tanto pelo Programa de Valorização quanto pela tabela catarinense”, anunciou Demarchi. O Estado conta com uma rede de 198 hospitais que compõem o SUS.