Segurança
Chuvas causam transtornos e insegurança para Tubarão
Moradores do bairro Dehon observam a cena se repetir há décadas

Por
Matheus Machado

O domingo (9) foi marcado por uma rápida, mas intensa chuva em Tubarão. O acumulado de aproximadamente 30 mm caiu em poucas horas, resultando em ruas alagadas e trazendo à tona o medo e insegurança que está presente no interior de todo tubaronense desde 1974.
O bairro Dehon, um dos mais tradicionais da cidade e que é vizinho do Rio Tubarão, costuma ser fortemente castigado pelos alagamentos “pontuais”. Comentários como “ali alaga o bairro inteiro”, ou “ali sempre que chove alaga”, são comuns entre os tubaronenses, em especial os moradores do Dehon, que já estão incomodados com a situação há anos.
Seu Júlio Menegaz, morador do bairro há 45 anos e membro da associação dos moradores do Dehon, relata sua insatisfação: “Que eu me lembre, as chuvas que tinham antes de construir a galeria, chovia, enchia um pouco, mas nunca entrou nas casas. Depois das obras, as águas já entraram duas vezes na minha casa. O que era pra ser uma solução, se tornou um agravante”.
Uma bomba de macrodrenagem está instalada nas margens do rio e que, em tese, deveria solucionar os problemas, jogando a água das ruas para o rio. De acordo com Júlio, não é bem que funciona na prática. “Ela não funciona. Minha loja é perto da bomba e periodicamente passo ali e vejo que são poucas manutenções. Uma bomba elétrica nunca pode ficar embaixo, onde pega humidade. Acaba oxidando, enferrujando e não funciona. Aí fizeram uma provisória, mas também não funcionou corretamente”, disse o morador.
O que a Defesa Civil fala?
Através do secretário de Proteção e Defesa Civil de Tubarão, Rafael Marques, o município se manifestou sobre a situação e explicou o que acontece no bairro.
A principal drenagem do bairro está instalada na Rua Luiz Pedro de Oliveira, começando na Rua Simeão Esmeraldino de Menezes e seguindo até às margens do rio. Em períodos em que o rio está em seu nível normal, a drenagem que também recolhe o esgoto doméstico, toda a água desemboca na Av. José Acácio Moreira, na altura de onde a bomba está instalada.
“Entretanto, quando a um aumento do Rio Tubarão, essa comporta se fecha e toda a drenagem que sairia nesse ponto, fica dentro dessa galeria, que são aduelas de 2×3 metros. A comporta fecha e a água acumula dentro da tubulação e a função da bomba é puxar a água e jogar para o rio”, explicou o secretário.
A respeito da bomba, Rafael confirma que as manutenções acontecem toda a semana. “Fazemos os testes todas as sextas-feiras. Vemos se o rotor gira manualmente e após isso ligamos o motor para ver se está funcionando. O teste é feito a seco, pois a comporta é aberta e não tem nível de água dentro da galeria. Caso essa galeria estivesse com água, ela puxaria a água e jogaria para o rio”, detalhou.
Marques garante que o equipamento está funcionando, mas cita que pelo aparelho estar na rua e exposto ao tempo, além de ficar em um poço que não passa apenas água, e sim os dejetos do esgoto, o que também deteriora a bomba. “Estamos preparando um processo licitatório para retirada do equipamento para fazer uma manutenção que a deixe nas condições mais adequadas possíveis. Ela funciona, mas precisa de uma revisão”, contou o responsável da pasta.
“É sabido que essa bomba foi colocada ali provisoriamente. Existe um projeto de outro equipamento mais sofisticado. Sei que na gestão passada foi solicitado para que esse equipamento fosse adquirido através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, mas não fomos agraciados. Novamente vamos tentar entrar no programa e fazer a solicitação para instalação de um conjunto de bombas”, finalizou o secretário.