Investigação aponta ligação do PCC com bebidas contaminadas por metanol

Polícia suspeita que PCC esteja por trás de bebidas adulteradas com metanol. SSP investiga origem do produto e possível uso de etanol de postos

Vitor Wolff

Publicado em: 10 de outubro de 2025

4 min.
Investigação aponta ligação do PCC com bebidas contaminadas por metanol - Imagem: FreePik

Investigação aponta ligação do PCC com bebidas contaminadas por metanol - Imagem: FreePik

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou nesta sexta-feira (10) que investiga a origem da contaminação de bebidas alcoólicas com metanol. A principal hipótese é de que falsificadores tenham adquirido etanol combustível adulterado com metanol, usado na produção irregular das bebidas.

As autoridades consideram forte a possibilidade de envolvimento do Primeiro Comando da Capital (PCC) no esquema. O grupo criminoso já é investigado por adulterar combustíveis e lavar dinheiro em postos de gasolina.

De acordo com a SSP, os responsáveis poderão responder por associação criminosa e até por homicídio culposo. O Ministério Público deve avaliar as linhas de investigação em andamento.

1. Mortes e apreensões

A nova linha de investigação surgiu após o primeiro dos cinco óbitos confirmados no estado. No bar frequentado pela primeira vítima, a polícia apreendeu nove garrafas — oito delas com presença de metanol, em concentrações entre 14,6% e 45,1%.

A Polícia Técnico-Científica informou que algumas das amostras continham apenas metanol, sem qualquer traço de álcool etílico. Até o momento, cerca de 1,8 mil garrafas foram recolhidas em diversos estabelecimentos; 300 já foram periciadas, e metade apresentou contaminação entre 10% e 45%.

2. Distribuição clandestina

Em depoimento, o dono do bar confessou ter comprado as bebidas de uma distribuidora não autorizada, que utilizava etanol de postos de combustíveis para fabricar as garrafas de forma irregular. O estabelecimento está sendo investigado por fraude e crime contra a saúde pública.

3. Declarações do governo

No fim de setembro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou que o problema da contaminação por metanol em bebidas alcoólicas é “estrutural” e não teria ligação direta com o crime organizado. A nova investigação, no entanto, aponta que a atuação de facções criminosas pode ter papel central na origem da adulteração.


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