Investigação de tortura em caso de furto em supermercado cumpre mandados judiciais em Florianópolis

Estabelecimento onde teriam ocorrido as agressões foi periciado e imagens de câmeras de segurança foram apreendidas.

Maiquel Machado

Publicado em: 18 de novembro de 2025

3 min.

A suspeita de furto de três pacotes de carne pode ter desencadeado um caso de tortura em Florianópolis investigado pela Polícia Civil de Santa Catarina. Na tarde desta terça-feira (18), a 5ª Delegacia da Capital cumpriu mandado de busca e apreensão em um supermercado do bairro Trindade, onde seguranças são acusados de espancar um homem até fraturar seu braço – após flagrante de furto mercadorias no último sábado (16).

A sequência de violência começou por volta das 10h30 da manhã, quando o homem foi detido por tentar furtar as mercadorias. Em vez de acionar a Polícia Militar (PM), os seguranças levaram o suspeito para uma sala fechada do estabelecimento, onde teria ocorrido uma sessão de espancamento. A PM só foi chamada após a agressão.

A vítima, com lesões graves, precisou ser atendida em dois hospitais de Florianópolis antes de ser apresentada à delegacia, já no período noturno. Em audiência de custódia, ele confirmou à juíza e ao Ministério Público que os seguranças foram os autores das agressões – informação que levou à decretação de sua própria prisão preventiva pelo furto, mas também ao início da investigação sobre os atos ilegais de brutalidade.

Durante a ação desta terça-feira (18), a Polícia Científica periciou o local das agressões e as imagens de câmeras do estabelecimento foram apreendidas. A investigação agora depende da análise desse material e dos laudos periciais para determinar a responsabilidade dos seguranças – um caso em que a linha entre segurança e barbárie pode ter sido ultrapassada por aqueles que deveriam zelar pela ordem e proteção.



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