Segurança
O que se sabe sobre mãe suspeita de matar gêmeas de 6 anos no RS
Mulher já tinha perdido o filho, de 22 anos, morto em 2020
A mãe das gêmeas que morreram em Igrejinha, no Vale do Paranhana, no interior do Rio Grande do Sul foi presa temporariamente nessa quarta-feira, 16. A mulher de 42 anos passou parte do mês de setembro internada para tratar crises de depressão. De acordo com a Polícia Civil, ela teria envenenado as filhas de seis anos.
A morte das crianças ocorreu em um intervalo de tempo de oito dias, sendo o primeiro óbito em 7 de outubro e outro na última terça-feira, 15. Em ambos os casos, as vítimas foram socorridas onde residiam, no loteamento Jasmim, no bairro Morada Verde. O pai delas, que ainda não é investigado, não estava presente em nenhum dos episódios.
De acordo com o delegado regional Cleber Lima, a suspeita de morte por envenenamento surgiu após o relato de médicos do Hospital Bom Pastor, onde as gêmeas foram atendidas. Ele relata que nenhuma delas tinha marcas de agressão no corpo, mas as duas espumavam e tinham sangramento na boca.
“O quadro das crianças foi descrito pelos médicos como semelhante ao que ocorre quando há ingestão de veneno. Apesar disso, ainda não encontramos nenhuma substância desse tipo na residência onde as vítimas moravam. Os laudos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) devem apontar as causas das mortes”, disse.
Ainda segundo o delegado, também levantou suspeitas o fato das mortes terem ocorrido pouco após a mãe das crianças ter recebido alta da internação. Além disso, apesar do pai ter dito em depoimento que não desconfiava da mulher, o testemunho de outros familiares a colocam como suspeita.
A mulher já havia perdido outro filho do casal, em 2020. O jovem, de 22 anos, teria envolvimento com a venda ilegal de drogas e, no mesmo contexto do tráfico, acabou sendo assassinado em Santa Maria, na região Central do Estado vizinho.
“Ela sentia falta do filho que morreu, e declarava com frequência que gostaria de se unir a ele. Chama atenção que a mulher havia saído do tratamento psiquiátrico no início de outubro e, logo depois, as filhas dela morreram”, ponderou o delegado Cleber Lima.
A mulher nega envolvimento com a morte das filhas. Entretanto, policiais civis contam que ela evita falar do caso e tem apresentado um comportamento descrito como excêntrico.