A Polícia Civil de Imbituba deflagrou ontem a Operação Barbacena para desarticular um esquema criminoso envolvendo proprietários de clínicas de reabilitação que realizavam internações irregulares e práticas de maus-tratos em Santa Catarina. A ação cumpriu mandados de busca, bloqueio de bens e determinou a prisão preventiva de um dos investigados, proprietário de duas unidades, que foi detido em Porto Alegre (RS). Outros dois suspeitos permanecem foragidos.
Como começou a investigação
O inquérito teve início em outubro, após policiais civis acompanharem uma fiscalização municipal em uma unidade da clínica em Imbituba. Durante a ação, pacientes relataram estar internados contra a própria vontade. Segundo as investigações, indivíduos vestidos de preto, em alguns casos se passando por policiais, realizavam remoções forçadas. As vítimas eram ameaçadas, submetidas à força física e, por vezes, medicadas para serem levadas às unidades controladas pelo grupo.
Maus-tratos e uso irregular de medicamentos
Dentro das clínicas, pacientes tinham a saída voluntária negada e eram submetidos ao uso de sedativos sem prescrição adequada. A Polícia Civil aponta ainda agressões, contenções físicas e punições consideradas “disciplinares”. A alimentação era insuficiente e parte da administração de medicamentos ficava sob responsabilidade de internos que atuavam como “apoios”, sem supervisão profissional.
Relatório da Vigilância Sanitária de Imbituba apontou condições precárias, como falta de higiene, ausência de registros de pacientes, escassez de alimentos e descontrole no uso de medicações.
Rede de clínicas e manobras para evitar fiscalização
Com o avanço da investigação, a polícia identificou que o grupo operava uma rede de unidades em Itapema, Garopaba, Imbituba e Itapoá. Quando surgiam denúncias, os pacientes eram transferidos para outras clínicas da mesma organização, em tentativa de dificultar a fiscalização.
Remoções a R$ 5 mil e internações a R$ 3 mil mensais
De acordo com a Polícia Civil, familiares pagavam cerca de R$ 3 mil mensais pelas internações, enquanto as remoções forçadas custavam aproximadamente R$ 5 mil. Ainda conforme a investigação, os envolvidos mantinham alto padrão de vida, com carros importados e patrimônio expressivo. Dois suspeitos já respondiam a processo por sequestro relacionado às “remoções” e estavam judicialmente proibidos de realizar esse tipo de serviço.
Ao todo, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em Garopaba, Itapema, Balneário Camboriú e Porto Alegre, além do bloqueio judicial de bens que ultrapassa R$ 1 milhão.
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