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Polícia Civil de Criciúma emite nota sobre tragédia

Criciúma
Polícia Civil no momento da ocorrência em Criciúma
Foto: Divulgação / Linha Verdade

Criciúma

Polícia Civil de Criciúma emite nota sobre tragédia

Polícia Civil de Criciúma esclarece detalhes sobre operação que resultou na morte de Thamy Venâncio Ereno e prisão do motorista do Uber

CRICIUMA

A Polícia Civil de Criciúma, por meio da DIC/DECOD, emitiu uma nota oficial esclarecendo os detalhes de uma ocorrência registrada na tarde de ontem (21) no bairro São Sebastião. A operação visava cumprir o mandado de prisão de um homem de 20 anos, envolvido em crimes de tráfico de drogas e organização criminosa.

Segundo a nota, durante a abordagem, o foragido estava acompanhado de sua companheira, Thamily Venâncio Ereno, de 23 anos, em um veículo Uber. O motorista do Uber desobedeceu à ordem de parada dos policiais e, ao tentar fugir, acelerou o carro em direção aos agentes. “O motorista do Uber não obedeceu a ordem de parada dos policiais civis e acelerou de marcha ré em direção aos policiais civis que realizavam a abordagem por trás, colocando em risco suas integridade físicas, obrigando-os a realização de um disparo que visava ceifar a injusta agressão, acabando por ser atingida na cabeça a companheira do foragido que estava sentada no banco de trás do veículo.”

A Polícia Civil prestou os primeiros socorros à vítima, que foi levada em estado grave ao Hospital São José e teve morte cerebral constatada, porém a família aguarda um protocolo de 72h para o desligamento dos aparelhos. A nota também informou que, após o incidente, o motorista do Uber, de 42 anos, foi preso e autuado por tentativa de homicídio e desobediência. “Contra o motorista do Uber, de 42 anos, foi lavrado auto de prisão pelos crimes de tentativa de homicídio e desobediência, sendo ele encaminhado ao presídio.”

Perícias foram realizadas no local e no veículo envolvido, e a Corregedoria da Polícia Civil será informada sobre o andamento da investigação. “Foi realizada perícia no local dos fatos e no veículo utilizado pelo conduzido, sendo que ao final a Corregedoria da Polícia Civil será informada do resultado da investigação.”

Nota da Defesa do Motorista

A defesa do motorista envolvido na ocorrência emitiu uma nota: “O motorista realizava uma viagem de um casal, um homem e uma mulher. Ao chegar ao destino, foram surpreendidos pelo que acreditaram ser um assalto, já que dois homens armados desceram de uma viatura descaracterizada e partiram em direção ao carro. Diante da aparente tentativa de assalto, ele deu ré, mas, impedido por um veículo atrás, tentou desviar e, nesse momento, foi atingido por uma segunda viatura”, afirmou a defesa.

A nota também relata que a colisão resultou em um disparo de arma de fogo efetuado por uma agente policial, que causou a morte da passageira, Thamily. “A colisão resultou em um disparo de arma de fogo efetuado por uma agente policial, que causou a morte da passageira, uma jovem de 23 anos”, destacou.

Em relação à investigação, a defesa contestou a maneira como o caso foi conduzido. “Os agentes prenderam o passageiro em cumprimento de mandado de prisão, a passageira foi socorrida pelo SAMU, e o motorista acompanhou os agentes até a delegacia para prestar depoimento. Lá se viu envolvido em uma articulação policial que buscava colocar sobre si a responsabilidade de uma infundada tentativa de homicídio contra os agentes policiais”, afirmou a defesa, acrescentando que, “no momento da suposta tentativa, o mesmo sequer sabia que aquelas pessoas eram ditas pessoas de bem”.

Além disso, a defesa levantou questões sobre a condução da investigação e o tratamento de testemunhas. “Durante a investigação, todos os envolvidos foram ouvidos, exceto a policial que efetuou o disparo fatal contra a jovem. Além disso, outra situação que causou estranheza, foi o fato de uma testemunha que não só presenciou os fatos como registrou em seu celular, ter sido abordada por um agente policial, que o obrigou a entregar seu telefone, sendo devolvido apenas sob a condição de apagar toda e qualquer imagem relacionada a trágica ocorrência”, informou a defesa.

A defesa ainda questiona a postura das autoridades. “Talvez essa nota de nada de sirva, porque ao que tudo indica tanto o delegado que responde pela investigação, quanto seu superior, o delegado geral de Santa Catarina, já sentenciaram o motorista como culpado por uma tentativa de homicídio e desobediência de ordem policial”, afirmou.

Por fim, a defesa do motorista expressou sua confiança no Poder Judiciário. “Diante disso, a defesa espera que o Poder Judiciário possa ser o verdadeiro fiel da balança, para que o motorista tenha a oportunidade de ampla defesa e contraditório, de modo que a investigação policial e o processo penal não sejam meras formalidades, podendo assim ele ter seus direitos fundamentais resguardados”, concluiu.

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