Preso em lancha em SC alvo de operação contra PCC

A Polícia Federal prendeu em Bombinhas, no Litoral Norte de Santa Catarina, um dos alvos da megaoperação Carbono Oculto, deflagrada na última quinta-feira (28) contra a atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis.

O empresário Rafael Renard Gineste, sócio da F2 Holding Investimentos, foi localizado em uma lancha de luxo ancorada na orla da cidade, onde tentava se esconder após não ter sido encontrado em sua residência em Curitiba (PR). De acordo com imagens exibidas pelo programa Fantástico, da TV Globo, ele estava acompanhado de uma mulher e chegou a jogar o celular no mar ao perceber a aproximação dos agentes.

Segundo as investigações, Rafael é apontado como integrante do esquema criminoso que movimentava bilhões de reais. A Receita Federal estima que a facção, por meio de empresas de fachada e fundos de investimento, tenha acumulado patrimônio superior a R$ 30 bilhões.

A operação mobilizou 1,4 mil policiais em oito estados, inclusive Santa Catarina, onde foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Itajaí e Criciúma. No total, mais de 350 pessoas e empresas são investigadas por crimes como adulteração de combustíveis, lavagem de dinheiro, fraude fiscal, estelionato e crimes ambientais.

O esquema envolvia a importação irregular de metanol e outras substâncias químicas pelo porto de Paranaguá (PR), usadas para adulterar combustíveis distribuídos em mais de 1,2 mil postos no país. O prejuízo estimado em impostos sonegados ultrapassa R$ 7,6 bilhões.

Além de Rafael Gineste, outros nomes foram apontados como centrais no esquema. O empresário Mohamad Hussein Mourad, o “Primo”, ligado a distribuidoras de combustíveis, é considerado o principal articulador, enquanto Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”, seria co-líder da organização.

Após ser hospitalizado e liberado, Rafael deve responder à Justiça pelas acusações e segue como um dos principais alvos da investigação federal.