Segurança
Ranking de trotes para o SAMU apresenta redução nos números
Queda de 70% nos trotes ao SAMU no 1º semestre de 2024, atribuída ao projeto EducaSAMU. Confira os dados apresentados no ranking
Por
Vinícius Barbosa
A Central de Regulação de Urgência (CRU) identificou uma queda de 70% nos trotes recebidos pelo telefone 192 ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) no primeiro semestre de 2024. Os dados são comparativos ao mesmo período do ano anterior. As ações estão sendo intensificadas pelo Governo do Estado, incluindo o projeto EducaSAMU, criado para conscientizar crianças e adolescentes sobre o uso do telefone 192, o que ajuda a explicar o resultado.
Topo do ranking de trotes
No primeiro semestre de 2023, foram registrados cerca de 13 mil trotes, contra 4.265 no mesmo período deste ano. Joinville, a cidade mais populosa do estado, continua liderando o ranking de trotes, mesmo após a queda nos índices. O número de trotes caiu de 5.230 para 1.057, seguida por Blumenau, que passou de 2.774 para 964, e Florianópolis, com uma redução de 1.828 para 555 trotes.
Marcos Fonseca, superintendente de Urgência e Emergência, afirma que os trotes aos telefones de emergência são sempre preocupantes. “Trotes dificultam o envio de recursos necessários e colocam vidas em risco. Estamos capacitando nossas equipes para identificá-los e realizando um trabalho social nas escolas para educar as crianças sobre a importância de usar o serviço de forma correta. Ligue para o SAMU 192 apenas em situações de real gravidade”, disse Fonseca.
EducaSAMU na conscientização
O projeto EducaSAMU é uma iniciativa da Secretaria de Estado da Saúde (SES), realizada em conjunto com a FAHECE, organização social responsável pela gestão das Unidades de Suporte Avançado do SAMU, junto ao Governo do Estado.
“Temos ciência de que, apesar da acentuada queda, os trotes ainda ocorrem. Nosso objetivo principal é estancar esse tipo de ligação que dificulta o nosso trabalho, através de projetos que perpetuem nossa missão de conscientização e responsabilidade social”, disse a diretora-geral do SAMU/FAHECE, Carla Birolo Ferreira.
Crianças e adolescentes continuam sendo os principais autores das ligações falsas. Por isso, o trabalho do EducaSAMU tem sido fundamental para a diminuição dos números.
“O projeto já orientou dezenas de milhares de crianças sobre como e quando acionar o serviço 192. Dessa forma, são explicados os riscos e transtornos gerados pelos trotes e como identificar situações emergenciais, como acidente vascular cerebral (AVC) e infarto”, conta Rafael Freygang Mendes, coordenador médico e responsável técnico pela CRU do SAMU na Grande Florianópolis.
Atendimentos em 2024
Até junho de 2024, o SAMU recebeu mais de 400 mil ligações e atendeu mais de 213 mil pacientes. Além dos trotes, também há pedidos de informações, quedas de ligações, enganos, falta de comunicação, desistências, entre outras situações que não necessitam o envio de viaturas.
No primeiro semestre de 2024, o EducaSAMU treinou oito mil crianças e adolescentes de maneira lúdica e sem custo para as instituições de ensino. “Para orientar esse público, precisamos instruí-los com diversão. A mascote do SAMU existe com o intuito de ensinar e educar com leveza, sem deixar de lado a relevância das informações repassadas”, avalia a coordenadora do Núcleo de Educação Permanente (NEP) do SAMU, Rosemeire de Souza Castro.
O Projeto EducaSAMU foi idealizado para reduzir a grande demanda de trotes que o SAMU recebe diariamente. Desde então, a campanha de conscientização, focada pedagogicamente em crianças e adolescentes, tem sido efetiva para mudanças de comportamentos e atitudes, até mesmo entre adultos. “Não pensamos somente na diminuição de trotes, mas na conscientização da população sobre as atribuições e os propósitos do SAMU. Esse trabalho contínuo é de extrema relevância”, finaliza Rosemeire.
Fonte: Secom
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