Trânsito
Motos crescem no Brasil e aumentam riscos no trânsito
Desde a pandemia, a frota nacional aumentou em quase 5 milhões de unidades
O uso de motocicletas no Brasil continua em alta, impulsionado pela carência de transporte público eficiente. Desde a pandemia, a frota nacional aumentou em quase 5 milhões de unidades, superando os 29 milhões de veículos. Em seis estados do Norte e Nordeste, as motos já ultrapassaram os automóveis em quantidade. No entanto, o crescimento traz preocupação: um em cada três mortos no trânsito estava sobre duas rodas, e, entre 2010 e 2023, 1,4 milhão de motociclistas foram internados por acidentes, segundo o Ministério da Saúde.
Para reduzir riscos, especialistas e órgãos de segurança viária reforçam cuidados obrigatórios e recomendados. O capacete, por exemplo, é item essencial e regulamentado: deve ter viseira ou óculos de proteção, adesivos retrorrefletivos, selo do Inmetro e estar sempre afivelado, com a viseira abaixada. O uso correto pode diminuir em até 42% o risco de mortes e 69% o de lesões graves.
Outro ponto crítico é o uso de celular durante a condução, que multiplica por quatro a probabilidade de acidentes. É fundamental manter ambas as mãos no guidão e atenção total à via. Além disso, respeitar os limites de velocidade é determinante para a segurança, já que cada 1% de aumento na média pode elevar em 4% o risco de colisões fatais. Dirigir sob efeito de álcool ou drogas, além de crime, compromete reflexos e equilíbrio, aumentando perigos para condutor e passageiro.
A proteção também passa pelo vestuário. Entidades como a Abraciclo recomendam o uso de jaquetas, calças, luvas e calçados fechados, preferencialmente claros e resistentes, que minimizam danos em caso de queda. Circulação entre veículos, o chamado “corredor”, embora permitida, exige cautela extra devido à possibilidade de mudanças repentinas de faixa, abertura de portas ou travessia de pedestres.
Há ainda regras específicas: transportar apenas um passageiro, com assento próprio, e jamais levar crianças menores de 10 anos. O farol baixo deve permanecer ligado mesmo de dia, reduzindo em até 20% o risco de colisões. O carona, por sua vez, precisa segurar firme, manter pés nos pedais e acompanhar os movimentos do condutor, especialmente em curvas, para não comprometer o equilíbrio da moto.
Com o avanço no número de motos e a alta nos acidentes, especialistas defendem que a conscientização seja tão importante quanto a fiscalização. Seguir as orientações legais, adotar equipamentos adequados e manter postura defensiva no trânsito são medidas que, juntas, podem salvar vidas e tornar as viagens sobre duas rodas mais seguras.