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Desarmonização facial: quando o excesso estético se torna um problema
O fenômeno da desarmonização ganhou visibilidade com o aumento da popularidade da harmonização facial
Por
Redação
A desarmonização facial ocorre quando procedimentos estéticos, como preenchimentos e harmonizações, resultam em um desequilíbrio ou deformidade na face. Em vez de alcançar um resultado harmonioso e natural, o rosto pode adquirir características desproporcionais, com exagero em certas áreas, como lábios, maçãs do rosto ou mandíbula, levando à insatisfação estética e, em alguns casos, a problemas funcionais.
O fenômeno da desarmonização ganhou visibilidade com o aumento da popularidade da harmonização facial, uma técnica que visa rejuvenescer e equilibrar traços faciais por meio de procedimentos minimamente invasivos, como aplicação de ácido hialurônico e toxina botulínica.
Quando feita de forma adequada, a harmonização realça a simetria e melhora a aparência de forma sutil. No entanto, a busca por resultados rápidos e, em alguns casos, exagerados, tem levado a um aumento de casos de desarmonização.
Segundo especialistas, o problema surge principalmente pelo uso excessivo de preenchimentos ou pela aplicação em locais inadequados. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, muitos pacientes chegam aos consultórios insatisfeitos após múltiplos procedimentos, buscando a reversão dos danos causados. O cirurgião plástico Ricardo Barbosa afirma: “Quando os volumes e proporções naturais do rosto não são respeitados, o resultado pode ser o oposto do que o paciente esperava, com feições artificialmente alteradas”.
Um estudo recente publicado na Revista Brasileira de Cirurgia Estética destacou que cerca de 35% dos casos de harmonização facial apresentam algum grau de desarmonização, variando de pequenas assimetrias a deformidades graves. Essa situação se intensifica quando os procedimentos são realizados por profissionais não especializados, sem o devido conhecimento anatômico.
Além do aspecto físico, a desarmonização pode trazer impactos emocionais profundos. A psicóloga Mariana Souza observa que muitos pacientes enfrentam problemas de autoestima e ansiedade após perceberem os resultados indesejados. “A imagem que temos de nós mesmos está fortemente ligada à forma como nos sentimos. Quando um procedimento estético falha, a frustração pode ser imensa, levando até a quadros depressivos”.
Para reverter os efeitos da desarmonização, muitos pacientes recorrem a tratamentos de dissolução dos preenchimentos, como o uso de hialuronidase, uma enzima que degrada o ácido hialurônico. No entanto, como explica o dermatologista João Mendes, nem todos os casos podem ser corrigidos de forma simples.
“Em alguns casos, a remoção do produto não resolve completamente o problema, e o paciente pode precisar de cirurgias reparadoras ou lidar com sequelas permanentes”.
O aumento nos casos de desarmonização tem levado especialistas a alertarem sobre a importância de procurar profissionais qualificados e de adotar uma abordagem mais conservadora nos procedimentos estéticos. A dermatologista Ana Paula Ferreira comenta a importância do equilíbrio. “A busca pela beleza deve ser equilibrada com a preservação da naturalidade. Menos pode ser mais, e o foco deve ser sempre a harmonia com os traços naturais do paciente.”