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Gerente demitido após post de padre move ação em SC

Santa Catarina
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Foto: Reprodução

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Gerente demitido após post de padre move ação em SC

Caso envolvendo cafeteria de Joinville e padre Fábio de Melo chega à Justiça; sindicato cobra responsabilização por exposição nas redes

Um episódio envolvendo uma cafeteria de Joinville, no Norte de Santa Catarina, e o padre Fábio de Melo, conhecido nacionalmente por sua atuação religiosa e nas redes sociais, agora se desenrola nos tribunais catarinenses. O ex-gerente do estabelecimento, Jair José Aguiar, foi demitido após publicações feitas pelo padre sugerirem que ele teria sido tratado com rispidez durante uma visita ao local, no último dia 10 de maio. Jair, no entanto, nega qualquer envolvimento direto no atendimento.

As declarações do padre Fábio de Melo foram feitas via stories em sua conta no Instagram, que possui milhões de seguidores, gerando ampla repercussão pública. Em pouco tempo, a cafeteria teve sua página nas redes sociais desativada e Jair foi desligado da empresa. “Me sinto destruído por dentro”, desabafou o ex-gerente em entrevista ao programa Tá na Hora SC, na quinta-feira (29). Ele afirma não ter sequer visto o padre na unidade no momento da visita.

Diante do impacto da exposição, o Sindicato dos Trabalhadores em Turismo, Hospitalidade e de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Joinville (Sitratuh) entrou na Justiça com duas ações: uma trabalhista contra a empresa e uma cível contra o próprio padre Fábio de Melo. Os advogados Eduardo Tocilo e Tatiana, que representam o sindicato, sustentam que a empresa agiu com precipitação e injustiça ao atribuir a Jair a culpa por algo que, segundo eles, sequer envolveu o trabalhador.

“A empresa, ao tentar se blindar da repercussão negativa, jogou a responsabilidade nas costas do funcionário. E depois vimos que não foi nada daquilo que foi divulgado. Repudiamos veementemente a atuação tanto do influenciador quanto da empresa”, afirmaram os advogados.

A situação levanta debates sobre os limites da influência digital de figuras públicas e os impactos legais da exposição de terceiros sem provas em redes sociais. Para o Sitratuh, a ação é necessária não apenas para buscar reparação ao trabalhador, mas também para estabelecer um precedente em defesa da dignidade dos profissionais do setor.

O caso chama a atenção de juristas e especialistas em direito digital e trabalhista. Segundo o advogado trabalhista catarinense Fábio Buss, o impacto das redes sociais sobre contratos de trabalho tem crescido: “Empregadores têm sido pressionados por julgamentos públicos nas redes, mas devem seguir os princípios legais da ampla defesa e da presunção de inocência antes de tomar medidas como a demissão”.

Até o momento, o padre Fábio de Melo não se pronunciou publicamente sobre os processos movidos contra ele. As ações seguem em trâmite na Justiça catarinense.

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