Criciúma
Motorista de Criciúma vira Uber Noel e encanta passageiros
Motorista de aplicativo em Criciúma, Danir Boehs se veste de Papai Noel e transforma suas corridas em momentos emocionantes

Há quatro anos, Danir Boehs, um motorista de aplicativo em Criciúma, veste-se de Papai Noel e transforma suas corridas em momentos de alegria para os passageiros. Em entrevista à Rádio Cidade em Dia, ele contou como a ideia surgiu, inicialmente, como uma brincadeira entre colegas.
“A gente costumava se reunir em um café, numa padaria aqui de Criciúma, e foi ali que surgiu a ideia de cada um se identificar com um ‘bicho’ e criar os ‘Heróis do Asfalto'”, relatou Boehs.
O projeto começou com a proposta de motoristas de aplicativo, no estilo Uber, se identificarem por meio de adesivos com personagens, criando uma identidade única para cada um. No caso de Danir, o nome “Papai Noel” surgiu naturalmente devido à sua longa barba e à sua participação como Papai Noel em eventos. “Meu carro foi adesivado com o nome ‘Papai Noel’, e assim ficou”, disse.
Atualmente, o veículo de Danir continua com adesivos de uma rena, do Papai Noel e outros detalhes espalhados pelo carro, incluindo nas janelas laterais e no interior. “Em alguns lugares do carro, temos informações como o Pix e o Instagram, para facilitar o contato”, explica.
Danir compartilhou algumas das histórias emocionantes que vivenciou durante as corridas. Uma delas aconteceu recentemente, quando ele transportou uma mãe e sua criança, que aparentava ter síndrome de autismo. “Costumo conversar com as crianças, perguntando se já fizeram a cartinha para o Papai Noel, mas a criança não respondia. Até que, de repente, ela me olhou e perguntou: ‘Você é o Papai Noel?'”, contou Danir, emocionado. Após o final da corrida, a mãe, visivelmente emocionada, revelou que o filho não falava há muito tempo. “Foi um momento inesquecível para mim”, afirmou.
Danir também destacou que não são apenas as crianças que se emocionam com sua figura. “Na semana passada, levei um senhor de 89 anos do Hospital São José. Ele e a esposa estavam radiantes e queriam tirar fotos comigo. Ele me disse: ‘Vou tirar uma foto para mostrar para meu filho que o Papai Noel veio me buscar no hospital.’ Essas reações fazem meu trabalho ser ainda mais especial”, relatou.
Entre 18 e 22 de novembro, Danir aproveita para entregar presentes às crianças, por meio de solicitações feitas pelos pais, que também contribuem com doações. “O povo se solidariza e pede para entregar presentes, mas também acaba doando balas e pirulitos para as crianças”, explicou.
Danir relembra sua própria infância no interior, quando colocava a meia na janela na expectativa de encontrar uma surpresa de Natal. “Eu cresci em uma família simples, minha mãe era professora e meu pai pedreiro, mas sempre incentivaram essa tradição. Hoje, faço o mesmo com meus filhos e netos, e incentivo as crianças a colocarem a meia na janela”, disse.
Ele também compartilhou uma história marcante do ano passado, durante uma gravação para outra emissora. “Recebi uma corrida para pegar uma senhora chamada Natalina. Quando a encontrei, ela me contou que nunca tinha ganhado um presente do Papai Noel. Eu disse a ela que o Papai Noel ia acertar isso e, no final da viagem, falei: ‘Só o Papai Noel vai cobrar a corrida, então, não vou cobrar nada, estamos quites agora.’ Ela ficou muito feliz, e a filha e o neto também se divertiram”, contou Boehs.
- Fotos: Luiza Salvador e Vinícius Barbosa / SCTodoDia