Vaticano reconhece papel unitivo do sexo no casamento em novo decreto

O documento reconhece que o sexo no casamento não se limita à procriação, mas desempenha um papel essencial na construção da união conjugal, fortalecendo o vínculo e o sentimento de pertencimento mútuo entre os cônjuges.

Eduardo Fogaça

Publicado em: 5 de dezembro de 2025

4 min.
Vaticano reconhece papel unitivo do sexo no casamento em novo decreto. Foto: Divulgação/Reuters

Vaticano reconhece papel unitivo do sexo no casamento em novo decreto. Foto: Divulgação/Reuters

O Vaticano publicou um novo decreto, assinado pelo papa Leão XIV, com orientações sobre a vivência da sexualidade no matrimônio. O documento reconhece que o sexo no casamento não se limita à procriação, mas desempenha um papel essencial na construção da união conjugal, fortalecendo o vínculo e o sentimento de pertencimento mútuo entre os cônjuges.

O que diz o decreto

Segundo o texto divulgado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, a finalidade unitiva da sexualidade deve ser compreendida como parte integrante da caridade conjugal. A orientação destaca que essa dimensão não exclui a fecundidade, que deve permanecer “aberta à comunicação de vida”, mas reconhece que a vivência afetiva e íntima do casal também é essencial para o matrimônio.

A nova diretriz menciona ainda a importância do “consentimento livre” e do “pertencimento mútuo”, reforçando que ambos os cônjuges possuem igual dignidade e direitos dentro da relação matrimonial.

Defesa da exclusividade conjugal

O decreto orienta os 1,4 bilhão de católicos do mundo a buscarem o casamento com uma única pessoa ao longo da vida, reafirmando que o matrimônio é um vínculo exclusivo. O documento critica explicitamente práticas de poligamia, especialmente em regiões da África, onde o Vaticano reconhece que há registros de cristãos que mantêm relações múltiplas.

Ao ressaltar que “um cônjuge é suficiente”, o texto reforça que o casamento é, no entendimento da Igreja Católica, uma união perpétua entre um homem e uma mulher. A Santa Sé afirma que, embora cada relação conjugal tenha suas particularidades, a exigência de exclusividade decorre da necessidade de uma intimidade que “não pode ser compartilhada com outros”.

Base doutrinária

O documento cita o Código de Direito Canônico e observa que, historicamente, a Igreja desenvolveu reflexões mais amplas sobre a indissolubilidade do matrimônio do que sobre sua unidade. O novo decreto, segundo o Vaticano, busca aprofundar essa compreensão, destacando que o matrimônio é uma realidade composta por duas pessoas unidas em um compromisso total.


FIQUE BEM INFORMADO:
Fique por dentro do que acontece em Santa Catarina!
Entre agora no nosso canal no WhatsApp e receba as principais notícias direto no seu celular.
👉 Clique aqui e acompanhe.



× SCTODODIA Rádios