Connect with us
SCTODODIA

SCTODODIA

Dia da Mulher: aplausos para a Nega Tereza

Cotidiano
Adolescente E Presa Por Trafico De Drogas Em Itajai 20250307 224740 0000
Foto: Joca Baggio/SCTodoDia

Cotidiano

Dia da Mulher: aplausos para a Nega Tereza

A primeira sambista da região de Itajaí cresceu na casa do imortal Érico Veríssimo e dividiu palcos com Elis Regina

Terezinha Peres, a Nega Tereza, como é conhecida e adora ser chamada, completa 84 anos em 2025 e, destes, mais de 50 são vividos em Itajaí. E histórias de vida não faltam nesses bem vividos anos, a maioria deles, dedicados à música. Ela foi a primeira sambista itajaiense, musicista multi-instrumentista autodidata, cantora e mestre de bateria. Mas acima de tudo, foi e ainda é um ser humano incrível, com um coração maior que sua sua trajetória no meio artístico, que é enorme. .

Em terras peixeiras, Nega Tereza criou o Clube do Mickey e ensinou música gratuitamente para crianças em situação de vulnerabilidade social com um único objetivo: evitar que a garotada que vagava nas imediações do porto caísse na marginalidade. E acabou conseguindo mais que isso. Muitos nomes da cena municipal do estado surgiram a partir de seus ensinamentos.

Solteira, ela ajudou a criar mais de 30 sobrinhos e sobrinhos-netos, filhos adotivos, muitos destes que hoje se dedicam à música; além de ter sido por muitos anos o suporte financeiro da família. Outras características suas, que ainda mantém, são o desprendimento e o senso de justiça.

Mas antes de chegar a Itajaí, no início da década de 1970, Nega Tereza já tinha um vasto currículo. Ela veio de uma família de músicos e iniciou a carreira aos 13 anos. Teve um empurrãozinho de Ênio Veríssimo, irmão do imortal Érico, que a levou para um festival de música em um cinema, no qual ela tirou o primeiro lugar. Tudo isso, é claro, escondido de sua mãe, que ficou sabendo da vitória pelo rádio.

Nessa época, ainda muito nova, Nega Tereza tocava diversos instrumentos de ouvido, porque meus pais saíam para trabalhar e ela e meu irmão usavam os instrumentos da banda da família para ensaiar escondido. Com o passar do tempo ela tocava bateria, sax, acordeon, entre outros instrumentos de sopro e percussão, e cantava em festivais, programas de rádio, com orquestras, bandas de bailes, além de participar de programas na extinta TV Farroupilha, de Porto Alegre. Foi no Rio Grande do Sul que ela trabalhou com Elis Regina, que estava no começo da carreira.

Ela ainda animava casamentos, eventos sociais e integrou uma trupe circense, junto com outros integrantes da família. Aliás, levá-los com ela foi a condição para ingressar na arte circense. Era do rufar de sua bateria que saía o som que dava o suspense à apresentação de trapezistas, malabaristas e equilibristas.

Luta diária

O começo em Itajaí não foi nada fácil. Nega Tereza Ela cozinhava e vendia marmitas para os motoristas de caminhão que aguardavam para entrar no porto e vendia “pirulitos de circo” na praça da Matriz nos finais de semana, até que seu talento para a música foi reconhecido. “Daí passei a tocar em bailes, casamentos, festas. Tudo mudou”, lembra.

O reconhecimento veio através de suas realizações pessoais, conquistas na música, no ensino às crianças do Beco do Mickey e pelo sucesso da escola de samba Clube do Mickey, que ela fundou e foi mestre de bateria, figurinista e de tudo mais um pouco.

Nega Tereza também ganhou documentários, enredo de escola de samba e reportagens que enalteceram seu trabalho, a amizade e a gratidão dos muitos que ela colocou na música.

Continue lendo
Topo