O Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) lançou a campanha “Flora Exótica Tóxica para Fauna – espatódea (Spathodea campanulata)”, com o objetivo de conscientizar a população sobre os impactos ambientais causados por essa espécie exótica e reforçar o cumprimento da Lei Estadual nº 17.694/2019, que proíbe a produção, o plantio e a manutenção da árvore em todo o estado.
Espatódea: uma ameaça silenciosa às abelhas
Originária da África Ocidental, a espatódea — também conhecida como bisnagueira ou tulipeira-do-gabão — é uma árvore de grande porte que pode atingir até 25 metros de altura. Apesar de sua beleza ornamental, estudos comprovaram que suas flores contêm substâncias tóxicas letais para diversas espécies de abelhas nativas, além de também afetar a espécie Apis mellifera, amplamente utilizada na produção de mel.
As toxinas estão presentes no pólen, no néctar e na mucilagem das flores, provocando a morte dos insetos e comprometendo a polinização, um processo essencial para a biodiversidade e para a produção agrícola.
O que diz a lei
A Lei Estadual nº 17.694/2019 estabelece uma série de medidas obrigatórias em Santa Catarina:
- É proibida a produção de mudas de espatódea, devendo as existentes ser descartadas;
- Novo plantio é vetado em todo o território estadual;
- Espatódeas já plantadas devem ser cortadas;
- Árvores localizadas em áreas públicas ou na arborização urbana precisam ser substituídas por espécies nativas;
- O descumprimento da norma pode resultar em multa.
Em áreas urbanas, o corte em propriedades privadas pode exigir autorização da prefeitura, enquanto o corte em vias públicas é de responsabilidade do poder público municipal. Já nas Áreas de Preservação Permanente (APPs), a retirada não depende de autorização, desde que seja feita recuperação ambiental acompanhada por técnico habilitado, conforme o artigo 255 da Lei Estadual nº 14.675/2009 (Código Estadual do Meio Ambiente).
Espécies nativas para substituição
O IMA recomenda que os moradores substituam as espatódeas por espécies nativas regionais, que se adaptam melhor ao clima e ao solo, mantendo o equilíbrio ecológico e protegendo a fauna local.
Confira as sugestões por região:
- Região costeira (restinga): mangue-formiga (Clusia criuva), aroeira (Schinus terebinthifolia), ingá-cipó (Inga edulis).
- Mata Atlântica (planícies e encostas): ipê-amarelo (Handroanthus chrysotrichus), pau-angelim (Andira fraxinifolia), corticeira (Erythrina crista-galli).
- Serra e planalto (Floresta de Araucária): canafístula (Peltophorum dubium), camboatá (Cupania vernalis), caroba (Jacaranda puberula).
- Região oeste (Floresta Estacional Decidual): ipê-roxo (Handroanthus heptaphyllus), timbaúva (Enterolobium contortisiliquum), canjerana (Cabralea canjerana).
O IMA reforça que o engajamento da população é essencial para reduzir os impactos da espatódea e promover o reflorestamento com espécies nativas, contribuindo para a proteção das abelhas e da biodiversidade catarinense.
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