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O que já se sabe sobre as explosões em Brasília

Kelley Alves
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Kelley Alves

O que já se sabe sobre as explosões em Brasília

O que já se sabe sobre as explosões em Brasília

O que este incidente tem a ver com o atentado fracassado de 1981 no Riocentro

O país está perplexo e apreensivo pelas próximas informações. Brasília foi abalada por duas explosões que afetaram a Praça dos Três Poderes, um dos locais mais emblemáticos do Brasil. A primeira explosão ocorreu nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF), seguida por outra detonação em um veículo localizado entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados.

As explosões resultaram na morte de uma pessoa e motivaram a evacuação dos prédios da área. Em resposta, as forças de segurança isolaram o local e iniciaram buscas para verificar a presença de outros explosivos, com o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e a Polícia Federal (PF) liderando as investigações.

O STF emitiu uma nota confirmando a segurança dos ministros, que também foram rapidamente evacuados. Equipes antiexplosivos e da Polícia Militar do Distrito Federal reforçaram a segurança e isolaram a área, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se encontrava no Palácio do Planalto no momento dos ataques.

Embora ainda não tenha sido confirmado o tipo de explosivo utilizado, informações preliminares indicam que os dispositivos incluíam fogos de artifício em um dos veículos, o que sugere uma tentativa de ataque simbólico, embora a intenção exata dos responsáveis permaneça desconhecida.

Também foi apurado que o ex-candidato a vereador de Rio do Sul (SC), Francisco Wanderley Luiz, também conhecido como “Tiu França”, foi identificado como o dono do carro que explodiu.

Ele havia antecipado a explosão, fazendo publicações nas redes sociais em que mencionava um ataque a bombas no Supremo Tribunal Federal (STF), com ameaças diretas a figuras políticas como William Bonner, José Sarney, Geraldo Alckmin e Fernando Henrique Cardoso. Francisco, que concorreu pelo Partido Liberal em 2020, escreveu em um post que o “jogo” se encerraria no dia 16 de novembro e que a Polícia Federal deveria desarmar a bomba em 72 horas.

Enquanto seguem as investigações, quem assiste de perto os eventos recentes de Brasília, os mais antigos ou estudiosos, inevitavelmente relembram outro incidente que marcou a história do Brasil: o atentado no Riocentro, em 1981, durante o regime militar.

Naquele episódio, militares planejavam detonar explosivos em um show no Rio de Janeiro para culpar opositores e justificar a intensificação da repressão. No entanto, uma das bombas explodiu acidentalmente, ferindo um capitão e matando um sargento envolvido na ação.

O atentado fracassado expôs os bastidores das táticas de violência e manipulação utilizadas pelo regime militar, que buscava manipular o medo da população para garantir maior controle político.

Assim como o caso de 1981, as explosões recentes em Brasília representam um ataque a um local com grande valor simbólico, onde estão concentrados os três poderes da República.

A diferença de contexto político é significativa: enquanto o Riocentro aconteceu sob um regime autoritário, os incidentes de Brasília ocorrem em uma democracia.

Mesmo assim, ambos os eventos demonstram o impacto potencial de ataques em locais públicos, capazes de desestabilizar a percepção pública sobre a segurança e a ordem democrática.

Historicamente, o país sempre esteve relativamente distante de atentados terroristas de grandes proporções. Mas o alvo escolhido desta vez — a Praça dos Três Poderes — sugere a necessidade de rever as práticas de segurança e inteligência, especialmente em locais simbólicos e de importância estratégica.

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