Justiça
TJ-SP altera sentença e condena Marcola por lavagem de dinheiro
Tribunal de Justiça de SP altera sentença e condena Marcola por lavagem de dinheiro e ocultação de bens, com nova pena de 6 anos
O Tribunal de Justiça de São Paulo alterou uma sentença de primeira instância que havia isentado Marcos Camacho, conhecido como Marcola, líder do PCC (Primeiro Comando da Capital), das acusações de lavagem de dinheiro e ocultação de bens. O Ministério Público havia denunciado Marcola, sua esposa e outros familiares por esconder a verdadeira origem e propriedade de um imóvel de luxo localizado em Carapicuíba, na região metropolitana de São Paulo.
Marcola, que cumpre uma sentença de 330 anos de prisão por diversos crimes, está encarcerado na Penitenciária Federal de Brasília. O imóvel em questão foi adquirido por R$ 1,1 milhão em espécie, um valor que não condizia com a renda familiar declarada, já que o casal alegava como principal fonte de sustento um salão de beleza situado na Zona Norte de São Paulo.
Segundo informações do G1, o juiz de primeira instância havia absolvido os réus devido à falta de provas concretas. No entanto, a 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça reavaliou o caso e concluiu que havia evidências suficientes para comprovar os crimes, incluindo relatórios técnicos da Polícia Civil e documentos como contratos de locação e promessas de compra e venda do imóvel.
O salão de beleza foi considerado uma fachada usada para dissimular a origem ilícita dos recursos, com movimentações financeiras irregulares realizadas entre 2016 e 2018. A discrepância entre a modesta estrutura do negócio e os R$ 1,7 milhão movimentados em cartões de crédito e débito foi vista como indicativo de lavagem de dinheiro.
Com a revisão da sentença, Marcos Willians (Marcola) foi condenado a 6 anos e 4 meses de prisão em regime fechado, enquanto sua esposa, Cynthia, recebeu 4 anos em regime aberto.
O advogado de defesa de Marcola, Bruno Ferullo, afirmou que recorrerá ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), argumentando que a condenação do Tribunal de Justiça de São Paulo é incompatível com as evidências do processo, e que a absolvição de primeira instância teria sido a decisão mais adequada.
Fonte: G1