Agro
Jovens lideranças do agro catarinense despertam por meio das capacitações rurais
Levantamento da Epagri realizado em 2018 com egressos do curso apontou que 93% dos jovens permanecem no campo
Sair do meio rural, deixar a casa dos pais e construir a vida na cidade. Embora essa ainda seja a ideia de muitos filhos de agricultores familiares, aos poucos esse “sonho” tem dado lugar à decisão de ficar, profissionalizar a atividade, adotar tecnologias sustentáveis e ter mais qualidade de vida no interior catarinense.
Esse movimento, que tem a forte participação da Epagri, ganha ainda mais potência com o Curso para Jovens Rurais. O resultado já vai além de manter os jovens no campo: tem mostrado que eles podem assumir cargos de liderança e se tornar protagonistasno novo cenário que se desenha no agro.
A Epagri trabalha comjovens catarinensesao longo de toda a sua história para mostrar que é possível construir um futuro de sucesso sem sair da propriedade rural ou pesqueira. Desde 2012, a Empresa oferece uma capacitação específica para esse público: em 13 Centros de Treinamento distribuídos pelo Estado, todos os anos, centenas de jovens entre 18 e 29 anos são preparados para a sucessão familiar no setor agrícola.
Conhecimento para mudar
AAção Jovem Rural e do Maré um processo de educação não formal em que o participante alterna períodos de capacitações na Epagri e períodos na propriedade. Em casa, ele recebe apoio dos extensionistas para aplicar o que aprendeu. As capacitações oferecem conhecimento técnico em diversas cadeias produtivas, como pecuária leiteira, fruticultura, olericultura, cultivo de grãos, apicultura e piscicultura, por exemplo, sempre com foco na sustentabilidade. Os participantes também têm aulas sobre organização, gestão, protagonismo, liderança e empreendedorismo. De 2012 a 2023, 2.979 jovens catarinenses já viveram essa experiência.
Depois de formados, os alunos podem acessar linhas de crédito da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária para colocar em prática os Projetos de Vida que elaboraram durante o curso.
Esses projetos permitem melhorar alguma atividade da propriedade ou inserir outras que possam gerar renda para a família. O resultado desse esforço já se reflete na redução do êxodo rural. Um levantamento da Epagri realizado em 2018 com egressos do curso apontou que 93% deles permaneciam na propriedade, conduzindo as atividades com suas famílias.
Mas os jovens que decidem ficar estão fazendo muito mais: hoje, quase uma centena de agricultores e pescadores que passaram pelo curso ocupam cargos de liderança em suas comunidades, em cooperativas, associações, sindicatos, Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural (CMDRs) e outras instituições. Alguns se tornaram vereadores ou secretários municipais, levando a defesa da agricultura familiar a esferas ainda maiores.