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Operação do Gaeco mexe com Câmara, prefeitura e funerárias

Denis Luciano
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Denis Luciano

Operação do Gaeco mexe com Câmara, prefeitura e funerárias

O caso que deixa vaga uma cadeira no Legislativo por relacionar um titular e dois suplentes. E o papel do Executivo?

Quando foi inaugurada, em agosto do ano passado, a nova Central Funerária de Criciúma carregava sérios vícios. Denunciamos isso à época em reportagens que perseguiam o fio da meada de uma intrincada licitação que, por outorga onerosa, concedia a exploração dos serviços a novas empresas na cidade.

Chegamos a transmitir, em 2023, na Rádio Cidade em Dia, detalhes de reuniões e também flagrantes de atendimentos que indicavam para algo que não cheirava bem.

Um momento crucial veio quando o novo modelo de Central foi à aprovação na Câmara. Havia um voto decisivo em questão, o do União Brasil. Daí se explica o envolvimento de três personagens na operação desfechada nesta segunda-feira em Criciúma.

A prisão do advogado Jefferson Monteiro e o afastamento do vereador Daniel Antunes estão relacionados à busca da garantia desse voto decisivo pela aprovação da pauta. Pelo que apuramos, Daniel negou-se a votar a favor. Então, “licenciou-se” da Câmara. Seu suplente é Jefferson que, por alguma razão, abriu caminho para o suplente seguinte na época da rumorosa votação. Daí entra o terceiro personagem desse ramo da história.

O segundo suplente Paulo da Farmácia foi convocado. Votou, e ajudou a aprovar a Central. Ao longo desta segunda-feira, ele foi convidado a depor, por conta da mesma operação, e acabou detido. O Gaeco quer saber onde começa a conexão para garantia deste voto.

Daí, chega-se ao Executivo, obviamente o interessado maior na aprovação da matéria. O então secretário de Assistência Social, Bruno Ferreira, está preso pela mesma Operação Caronte. No dia seguinte à convenção do PSD que o homologou pré-candidato a vereador.

A lembrar que os outros até aqui citados também vão concorrer a cadeiras na Câmara. Daniel e Paulo são do União, coligados a Vagner Espindola e PSD. Jefferson preside o Republicanos, aliado de Ricardo Guidi (PL).

Fica agora uma saia justa para a Câmara. Com o afastamento de Daniel, o suplente Jefferson foi convocado. Como está preso, não poderá atender ao chamado. Paulo será convocado na quarta-feira. Se continuar detido, será a vez do terceiro suplente, no caso o ex-vereador Ízio Inácio, o Hulk, que nada tem a ver com toda essa novela.

O prefeito Clesio Salvaro tratou de anunciar sindicância e garantir que seu governo é transparente. Mas a bronca é complexa. Houve todo esse estratagema para garantir a aprovação da nova Central Funerária pela Câmara orquestrada pelo Executivo? É o que o Gaeco busca saber.

Nesta terça, às 8h10, recebo na Cidade em Dia um especialista no assunto, que acompanha tudo isso desde o princípio. Vamos buscar desenrolar essa história. Doa a quem doer.

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