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Pesquisa IPC aponta: eleição aberta para governador

Denis Luciano
Jorginho Mello Joao Rodrigues

Denis Luciano

Pesquisa IPC aponta: eleição aberta para governador

Na projeção de primeiro turno apurada pelo IPC, Jorginho tem 42% e João, 29%. Em eventual segundo turno, a diferença é de 10 pontos

Jorginho não tem reeleição garantida. A candidatura de João é irreversível. Décio e a esquerda serão fieis da balança. E Bolsonaro segue o grande cabo eleitoral, mas diferente das últimas duas disputas ao Governo do estado em Santa Catarina. São algumas conclusões que tiramos dos números da pesquisa IPC que o Antagonista divulgou.

Jorginho Mello (PL) lidera, com 42,6% das intenções de voto. João Rodrigues (PSD) tem 29,5%, enquanto Décio Lima (PT) aparece com 10,5% e Antídio Lunelli (MDB), com 2,7%.

Mas se em 2018 e 2022 o ex-presidente Jair Bolsonaro e o seu número carregaram Carlos Moisés e Jorginho Mello no colo, rumo à vitória, o cenário é diferente agora. Primeiro que o próprio Bolsonaro precisa resolver sua situação, hoje inelegível. Segundo que, desta vez, são duas candidaturas competitivas no seio do bolsonarismo.

Se Jorginho tem a vantagem do número, João tem como trunfo a relação. É mais que sabido que o pessedista é bolsonarista antes de Jorginho tornar-se. Outro dia, o senador Jorge Seif (PL) admitiu que o ex-presidente tem uma relação mais profunda com João do que com Jorginho. Se Seif falou isso inadvertidamente, sem pensar na consequência, lançou um fogo amigo. Mas ele pode ter falando de caso pensado… circunstâncias atuais justificam.

Antecipando-se à divisão do campo bolsonarista em Santa Catarina, Jorginho faz um movimento curioso. Anuncia para o próximo dia 5 de julho, em São José, a arrancada da Rota 22, uma peregrinação de Bolsonaro pelo país, que promete encher a casa. Bolsonaristas do estado inteiro baterão ponto em busca daquela foto.

Mas quem se mobiliza para o ato político do dia 5 é o mesmo Jorginho que, há poucos dias, afirmou que “quem fala de eleição agora, faltando tanto tempo para a eleição, é quem não tem o que fazer”. Nos parece, e o próprio Jorginho prova, com uma agenda frenética, que ele tem bastante o que fazer enquanto governador.

Os números mostram que João Rodrigues tem uma candidatura sem recuo. Com tanto tempo antes, aparecer beirando os 30%, é um índice respeitável, que o coloca em condições de disputar o governo. Até porque existe o fator PT. Com Décio pontuando na faixa dos votos que a esquerda tem, está mais que evidente que, como foi com Luiz Henrique contra Esperidião Amin em 2002, os eleitores à esquerda serão fieis da balança.

Mas há dois fatores a serem analisados aí. Décio será mesmo o candidato a governador pelo PT? O presidente Lula quer seus melhores quadros disputando o Senado nos estados onde não tem chance de ganhar o governo, e Santa Catarina é um deles. Conseguirá a esquerda um outro candidato que amealhe esses 10 a 15%?

E a eleição à presidência do PT em breve ajudará a responder isso. O deputado Fabiano da Luz (PT), favorito na disputa, tem boas relações com João Rodrigues, embora em campos políticos distintos. Não é muito difícil concluir para quem a esquerda direcionaria votos em um eventual segundo turno… E isso também preocupa Jorginho.

Sobre o segundo turno, a mesma pesquisa apurou 45,1% para Jorginho e 34,4% para João. Uma diferença de pouco mais de 10 pontos não é tão grande assim a essa altura do jogo.

E a pontuar que a pesquisa é do IPC. Ou seja, de confiança. Trato mais a respeito nesta sexta-feira na Rádio Cidade em Dia.

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