PL em Criciúma: oposição perde fôlego e sinaliza aproximação com Executivo
Movimentações sugerem que vereadores do PL estão mais alinhados com o prefeito do que aparentam
As articulações para que o PL liderasse uma chapa de oposição na disputa pela Mesa Diretora da Câmara de Criciúma parecem ter perdido força. O que antes era pauta frequente nos bastidores da Casa Legislativa deu lugar a um silêncio estratégico. Reuniões diárias e planos para marcar posição enquanto oposição, tão comentados meses atrás, praticamente desapareceram.
Um dos indicativos dessa mudança de cenário é o comportamento dos próprios vereadores. Nícola Martins, por exemplo, surpreendeu ao compartilhar em suas redes sociais vídeos de inaugurações do prefeito Clésio Salvaro, como a revitalização da Praça Abelle Colle. Questionado se isso significa alinhamento com a base governista, respondeu de forma objetiva: “não”. Apesar disso, a publicação gerou especulações sobre uma possível aproximação.
O vereador Juarez de Jesus, que despontava como potencial liderança na articulação de uma chapa independente, ainda defende o discurso de autonomia. Ele chegou a criticar a suposta falta de liberdade dos vereadores alinhados ao Executivo, mas ponderou que é preciso analisar cada projeto de forma independente. “Votei em 95% dos projetos do prefeito, mas acredito que vereador precisa ter liberdade para decidir o que considera melhor para a cidade”, opinou.
Já o eleito Ademir Honorato segue uma linha semelhante, preferindo se identificar como independente. “Não somos oposição, somos um grupo que avalia caso a caso. Já votei favoravelmente ao prefeito na maioria das vezes, mas serei contrário a qualquer projeto que prejudique os servidores ou aumente impostos”, exemplificou. O discurso mostra uma postura cautelosa, mas que evita confrontos diretos com a gestão municipal.
Na base governista, a articulação avança sem grandes obstáculos. Márcio Darós da Luz, do PSD, parece ainda ser o favorito para presidir a Câmara, consolidando a maioria governista. A adesão de Marquinho Machado, do MDB, ao grupo governista após concorrer contra o prefeito, reforça a hegemonia do Executivo na Casa.
A eleição da Mesa Diretora, além de determinar a liderança do legislativo, servirá como termômetro para medir o equilíbrio de forças entre governo e oposição. Apesar das declarações de independência, os movimentos recentes indicam que o PL pode estar mais próximo do Executivo do que seus discursos sugerem. A postura será mantida ou haverá uma rearticulação até o momento da votação?
O tempo dirá…