Meio Ambiente
Draga que poderia evitar enchentes apodrece ao relento
Equipamento foi usado por apenas 45 dias e está jogado na Barra do Camacho
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Por
Matheus Machado
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O canal da Barra do Camacho, em Jaguaruna, já recebeu obras e investimentos do Governo do Estado em 2022 após reinvindicações de associações de moradores, entidades, colônia de pescadores e vereadores da região.
Apesar dos trabalhos, o desassoreamento da barra não aconteceu de forma completa. Isto porque, um grande banco de areia que está entre a ponte do Camacho e a lagoa de Garopaba segue interferindo na região. O banco historicamente causa problemas e corriqueiramente é o motivo pelo qual a barra é fechada.
Para solucionar o problema, a Companhia Integrada Desenvolvimento Agrícola (CIDASC) implementou em 2020, uma draga de sucção e recalque, equipamento destinado a remoção de materiais sólidos do fundo de corpos de água, como rios, lagos, canais e mares.
De acordo com o ex-gerente regional da CIDASC e Coordenador da Comissão de Acompanhamento dos Projetos para Contenção de Cheias na Bacia do Rio Tubarão, Claudemir dos Santos, o equipamento, em 2016 foi reformado e estava em um ótimo estado de conservação na época. Primeiramente, a draga foi utilizada em Laguna e depois, foi enviada à Jaguaruna no ano de 2020, necessitando de uma reforma.
Os reparos foram feitos com recursos do município de Jaguaruna, que gastou R$ 230.500,00 na reforma. Apesar do alto valor investido, em 4 anos, o equipamento foi utilizado por apenas 45 dias, de acordo com Claudemir. A prefeitura alega que a não utilização da draga seria por falta de licenciamentos ambientais.
Onde está guardada?
Atualmente, a draga está literalmente jogada ao lado da Barra do Camacho, em Jaguaruna. O equipamento que um dia retirou materiais do fundo da lagoa, agora está completamente tomada pela maresia e se deteriorando no sul e na chuva diariamente.
“Se não pode usar, guarda! Esse equipamento está abandonado às margens do canal, próximo a ponte. A draga está lá apodrecendo. Fizemos uma vistoria técnica há dois meses e acreditamos que a reforma do equipamento está quase inviável devido ao alto custo. É uma pena”, disse Claudemir, que verificou a situação da draga recentemente.
A draga tem a capacidade de escavar a uma profundidade de 5 metros e lançar os materiais a uma distância de 500 metros. Além disso, um equipamento novo deste modelo é avaliado em cerca de R$ 2 milhões e no mercado, existem poucas unidades seminovas disponíveis.
“É cansativo e chato criticar, mas tem que ter uma solução. A CIDASC cedeu esse equipamento e o convênio com a Companhia vence em maio deste ano. Ela quer de volta a draga em funcionamento”, declarou o coordenador.
Para a região, principalmente considerando outros corpos d’água, principalmente o Rio Tubarão, é importante que a barra permaneça aberta para manter a fluxo, especialmente quando elevações são registradas em decorrência das fortes chuvas. “Parece que ninguém se preocupa, mas a natureza não faz acordo conosco”, finalizou Claudemir.