Segurança
Deck da beira-rio está fechado por tempo indeterminado
Madeiras quebradas levaram a uma pessoa se machucar no local
Por
Matheus Machado
O deck do casario, localizado na Rua Lauro Müller às margens do Rio Tubarão está interditado por tempo indeterminado. A decisão foi tomada pela prefeitura após uma vistoria que contou com a participação do prefeito Estêner Soratto, do vice Denis Matiola, dos secretários de Infraestrutura, Fabiano Modolon, e Proteção e Defesa Civil, Rafael Marques e de outros especialistas no assunto, que vistoriaram o local durante a tarde desta quinta-feira (2).
Na noite anterior, uma pessoa teria se ferido ao transitar pelo deck, que apresenta diversas madeiras quebradas e falta de firmeza em alguns pontos. A proximidade com o rio e a falta de manutenções poderiam ter levado a rápida degradação do assoalho. Durante as obras de reforma do casario e da instalação da iluminação, maquinário pesado, andaimes e até um veículo chegou a transitar pela estrutura, possivelmente causando mais danos.
A qualidade do material da obra colocada em contrato e seu cumprimento no momento da instalação também foram pontos questionados pelo próprio prefeito Soratto. A partir de agora, a empresa responsável pela obra será notificada e receberá um prazo conceder mais explicações sobre a situação. Uma outra empresa ainda deve ser contratada para fazer a avaliação e decretar o motivo dos danos e possibilidades de reparo.
Deck interditado
A partir desta quinta-feira (2) e até que o local não apresente mais riscos à população, o deck estará totalmente interditado. A Guarda Municipal de Tubarão (GMT) deverá fazer fiscalizações e instruir pessoas para que não circulem na área afetada.
“O deck está com várias danificadas. A Defesa Civil está interditando e contará com o apoio da GMT. O procedimento é o contato imediato com a empresa que fez a edificação para que sejam definidos os trâmites futuros. Se serão algumas tábuas trocadas, ou todas. Importante destacar que existe um Termo de Referência no processo licitatório que exige condições mínimas dessas madeiras. Vamos nos certificar que isso foi atendido e a empresa deve apresentar esses laudos para nós”, disse o secretário de Proteção e Defesa Civil, Rafael Marques.
Uma análise detalhada deve apontar a melhor maneira de corrigir o problema, mas não é descartado a possibilidade de que todo o assoalho seja trocado. “É importante que as pessoas não entrem no deck neste momento, para que no futuro possam usar com toda a segurança. A obra a princípio foi bem feita, mas tem a questão da manutenção. Lembrando que houve reformas nas edificações, então é uma série de fatores que precisarão ser analisados”, afirmou Rafael.
Evento com centenas de pessoas há 20 dias
No dia 11 de dezembro, a chegada do Papai Noel de jet sky mobilizou milhares de pessoas no entorno do Rio Tubarão. Na oportunidade, uma avaliação no deck foi feita e a estrutura foi liberada para que as pessoas pudessem acompanhar as apresentações. O pedido feito pela Defesa Civil aos organizadores do evento, foi para que o fluxo de pessoas sobre o deck fosse limitado. Na oportunidade, o número de pessoas que estavam comportadas no deck não foi divulgada.
Sobre a situação, o prefeito Estêner Soratto foi questionado se aquelas pessoas que ali estiveram correram risco de vida. “Não tenho condições de avaliar isso. Não tenha essa capacidade técnica pois sou advogado, mas eu acredito que isso que aconteceu, não aconteceu em 20 dias. Todo cuidado é pouco”, afirmou Soratto.
“Dentro do corpo técnico da prefeitura não temos nenhum especialista para identificar se a madeira que foi colocada aqui é a prevista em contrato. Vamos identificar e avaliar a melhor solução possível. Tivemos conhecimento que uma pessoa se machucou pelas redes sociais. Vamos notificar a empresa para que solucione o problema, e caso isso não aconteça vamos tomar as medidas judiciais cabíveis”, disse o prefeito
Obra de 1 ano
A obra do deck da beira-rio foi entregue no dia 30 de novembro de 2023. Para o prefeito, as condições em que a estrutura se encontra é considerada “inadmissível”. Soratto ainda disse que não acredita que o problema seja falta de manutenções, pois segundo ele, manutenções seriam feitas em determinados períodos, e não com 1 ano. “Eu acredito que não é questão de manutenção. Você faz manutenções em determinados tempos, dois anos, três anos, cinco anos… não com um ano. Temos outro deck do outro lado que foi feito em 2014 e aparentemente sem nenhum dano na madeira”, afirmou o prefeito.
Especialista avalia as condições
O presidente do Sindicato da Indústria da Madeira e do Mobiliário da Amurel (SINDIMAD), e vice-presidente do Conselho das Entidades de Tubarão (Conset), Rogério Menegaz, também atendeu ao prefeito e secretários fazendo uma avaliação da madeira no local. Após as averiguações, o mesmo atendeu a imprensa e ressaltou a questão da manutenção.
“Eu já fiz uma vistoria no meio do ano passado a pedido do Observatório Social do Brasil de Tubarão. Já constatei naquela época que faltava manutenção. A madeira usada é a do contrato e a estrutura muito bem feita. Os barrotes e o deck na medida. A madeira no tempo, tomando sol e chuva, mais a umidade do rio, leva a uma manutenção mais regular. A madeira precisa de uma camada de tinta para a água não penetrar. Aqui o que eu constatei é que existe muita madeira brancal. A madeira assim, sem uma manutenção adequada, apodrece muito mais rápido. Pelo que constatei, o serviço foi bem feito e as madeiras das estruturas estão adequadas. Talvez o assoalho poderia ter sido um pouco melhor escolhido”, disse Rogério.