O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) interpôs um recurso de apelação pedindo o aumento da pena imposta ao homem condenado por matar a namorada em Imbituba, no Litoral Sul do Estado. O crime ocorreu em 2018 e o julgamento foi realizado em setembro deste ano. O réu foi condenado por homicídio qualificado, na forma de feminicídio, à pena mínima de 12 anos de prisão.
No recurso, o MPSC argumenta que a pena-base deve ser aumentada. O órgão sustenta que o réu, bacharel em Direito e então servidor público, agiu com maior grau de culpabilidade ao induzir a vítima ao consumo de drogas antes do crime, ter agido sob efeito de cocaína e não prestar socorro imediato. Além disso, ele teria deixado a jovem no hospital sem identificação e sem acompanhamento.
O Ministério Público também defende que sejam consideradas negativamente a conduta social e a personalidade do réu. Interceptações telefônicas indicam comportamento agressivo e desrespeitoso, inclusive contra autoridades policiais envolvidas na investigação, como o delegado responsável pelo caso, que foi alvo de ofensas.
Outro ponto destacado no recurso é o impacto do crime sobre a família da vítima. Isadora, de 22 anos, deixou pais e uma irmã gêmea, o que, segundo o MPSC, demonstra a gravidade das consequências do homicídio. O recurso foi protocolado em 15 de setembro e aguarda julgamento no Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC).
Relembre o caso
O crime ocorreu na manhã de 8 de maio de 2018. Após uma noite de consumo de álcool e drogas, a vítima ligou para a irmã do réu pedindo ajuda, afirmando que o namorado passava mal. A ligação teria irritado o acusado, que não queria que a família soubesse do uso de entorpecentes.
Minutos depois, ele imobilizou e agrediu Isadora, causando um ferimento no abdômen que rompeu a veia cava. O homem demorou a pedir socorro e, antes de chamar o serviço de emergência, fez duas ligações a um amigo médico. Quando os socorristas chegaram, a vítima já estava inconsciente.
Levada ao hospital, a jovem não resistiu aos ferimentos. O médico de plantão desconfiou da versão apresentada pelo acusado e acionou a Polícia Civil, que iniciou as investigações. A perícia comprovou que Isadora não morreu por overdose, mas em decorrência das agressões.
Durante o julgamento, amigas da vítima relataram episódios de medo e violência, principalmente quando o réu usava álcool e drogas. Delegados que participaram das investigações também prestaram depoimentos, reforçando as provas que resultaram na condenação.
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