O tratamento da dependência química como forma de reduzir a reincidência criminal segue avançando em Criciúma. A terceira turma do programa desenvolvido pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), em parceria com a Unesc e o Presídio Regional, concluiu os dez encontros previstos. A iniciativa, aplicada desde o segundo semestre de 2024, agora também passou a atender a Penitenciária Feminina, que formou sua primeira turma.
Semanalmente, 15 detentos participaram de atividades conduzidas por acadêmicos do curso de Psicologia da Unesc dentro da unidade prisional. Os encontros abordaram temas como uso de drogas, autoconsciência, reconstrução de projetos de vida e definição de metas para o período pós-cárcere. A proposta, idealizada pelo Promotor de Justiça Jadson Javel Teixeira e pela equipe da 4ª Promotoria de Justiça de Criciúma, busca romper o ciclo entre dependência química e criminalidade.
Durante a entrega dos certificados, os apenados relataram mudanças significativas ao longo do processo. Eles destacaram o acolhimento, o reconhecimento de suas histórias e a possibilidade de enxergar novas perspectivas fora do sistema prisional.
As atividades são destinadas a pessoas que cumprem pena por crimes de menor potencial ofensivo e que estão próximas à progressão para o regime aberto ou ao livramento condicional. O foco é fortalecer autoestima, habilidades sociais e consciência sobre os impactos do uso de drogas, especialmente do crack, substância frequentemente associada a furtos e roubos.
Profissionais envolvidos reforçam que o programa tem apresentado resultados relevantes. A psicóloga do Presídio Regional afirma que os participantes demonstram avanços na autoestima e na compreensão das consequências do uso de substâncias. A orientadora da Unesc, Larissa de Abreu Queiroz, ressalta o ganho duplo: tanto para os apenados, que vivenciam um espaço de escuta qualificada, quanto para as acadêmicas, que aplicam na prática a formação recebida.
Expansão para a unidade feminina
O programa foi recentemente implementado também na Penitenciária Feminina de Criciúma. Assim como ocorre com os detentos, as mulheres privadas de liberdade participam de encontros semanais orientados pelas estudantes de Psicologia. A primeira turma já foi concluída e outra está planejada para 2026.
A iniciativa integra a grade curricular da Unesc, garantindo continuidade a cada semestre com novas turmas de estagiários. Ao final de cada ciclo, os estudantes apresentam análises e resultados, contribuindo para o aperfeiçoamento constante do projeto.
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