Processo de beatificação e canonização de Frei Egídio é aberto
Neste domingo (07), foi dado início ao processo de beatificação do Patrono do Agricultor Familiar Brasileiro, Frei Egídio Maria Moscini. Foi realizada a sessão pública de instalação do Tribunal Diocesano e a celebração da Santa Missa em Ação de Graças. O evento ocorreu no Centro de Eventos da Cidade de Turvo e foi presidido pelo Bispo da Diocese de Criciúma, Dom Jacinto Inácio Flach.
Foi apresentado o Frei Franco Maria Azzalli como postulador da causa de beatificação e canonização de Frei Egídio. O italiano coordenará o grupo responsável pela coleta de documentos e depoimentos sobre o candidato, que residiu boa parte da sua vida no município de Turvo e passa a ter reconhecimento como servo de Deus.
A abertura do processo foi solicitada pela Ordem dos Servos de Maria, realizada após a Santa Sé conceder a declaração “Nihil obstat”, um documento que testifica que não há “nada contra” o início do processo, que também foi chancelado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Com a presidência de Dom Jacinto, o inquérito de causa de beatificação e canonização do Servo de Deus Frei Egídio é composto pelas seguintes autoridades: Padre Gabriel Manarim Dalmolin (Delegado Episcopal); Padre Antônio da Silva Miguel Junior (Promotor do Inquérito); Padre Roberto Fontana Talau (Notário atuário do Inquérito); Rafael Alves Soratto Daniel (Notário adjunto); Frei Franco Maria Azzalli (Postulador da Causa); Frei Pedro Maria Lucietti (vice-postulador da causa).
A Comissão Histórica também foi anunciada pela Diocese de Criciúma, e possui a função de juntar os escritos e documentos de Frei Egídio, catalogá-los e emitir parecer. A equipe, presidida pelo Frei Dilermando Ramos Vieira, tem como membros Ricardo Custódio Machado e José Pedro Idalino.
Durante esta etapa, os fiéis que tiveram contato ou alcançaram alguma graça através da intercessão de Frei Egídio podem contar seus testemunhos à comissão instituída. Os contatos podem ser realizados através dos e-mails: postulazioneosm@gmail.com ou seminarioturvo@gmail.com.
“Todos nós que recebemos o Batismo somos chamados à santidade, e responder a esse chamado é comprometer-se com Cristo, ser humilde e assumir a cruz que nos faz amadurecer na vida, deixando que o Senhor nos transforme em verdadeiros homens e mulheres”, disse Dom Jacinto durante a sua homilia.
O postulador da causa relata que o momento é histórico. “Frei Egídio viveu sua vida com integralidade, sendo um humilde servo de Deus, um homem já considerado santo por muitos que o conheceram, mesmo 48 anos após sua morte”, destaca Frei Franco.
Egídio Maria Moscini nasceu em Valentano, na Itália, em fevereiro de 1884. Aos 21 anos, em 1905, ingressou na Ordem dos Servos de Maria. Ele chegou ao Brasil em 1921, após uma viagem de cerca de três meses até Rio Branco, e logo após foi enviado para o Rio de Janeiro, onde serviu a Comunidade Religiosa dos Servos de Maria. Em 1947, foi transferido para Araranguá. Já em 1952, foi transferido para o Seminário de Turvo, onde permaneceu até sua morte aos 92 anos de idade.
Em novembro de 2023, pela Lei 14.732, Frei Egídio foi declarado o Patrono do Agricultor Familiar Brasileiro, uma homenagem pelos serviços prestados pelo irmão religioso em favor dos pequenos agricultores.
“De enxada na mão, esse nosso irmão foi um humilde trabalhador que recebia o auxílio das pessoas e de toda a comunidade em troca de suas orações, ou seja, as pessoas já viam na sua figura a presença de Deus”, disse Frei Franco, que ficará na região até o dia 10 de julho. No estado catarinense, o irmão religioso também foi declarado Patrono do Agricultor Familiar e conta com um memorial na cidade de Turvo/SC.