Cotidiano
Usuários apontam gargalos no ferry-boat
Das 6h30 e 8h, ciclistas chegam a esperar até 20 minutos para embarcar no ferry boat; para os motoristas o tempo de fila pode chegar a 45min
O serralheiro Pedro Ribeiro, 49 anos, sabe bem quanto sofre o usuário do ferry-boat que faz a travessia de Navegantes para Itajaí nos horários de pico. Ele já optou por deixar o carro em cara e ir trabalhar de moto para ganhar tempo, mas, mesmo assim, conta que praticamente todos os dias espera mais de 20 minutos na entrada do terminal de embarque. E assim como ele, centenas de motociclistas e ciclistas se acumulam nas imediações do terminal à espera do embarque.
Para o especialista em logística Leonardo Andrade, 26, a realidade não é diferente. Adepto de uma vida mais saudável, ele vai da Meia Praia, em Navegantes, ao Centro de Itajaí, de bike. “Todos os dias tem esse gargalo no embarque, mas quando está chovendo que preciso vir de carro, o calvário é ainda pior”, pontua. Nesta quarta-feira, às 7h10, a fila de automóveis para entrar na balsa ultrapassava um quilômetro.
Leonardo concorda que é horário de pico e, por isso, a demora sempre vai existir. Mas elenca alguns problemas que, se solucionados, minimizariam os impactos do aumento no fluxo. Entre os entraves apontados pelo usuário estão a morosidade dos colaboradores da empresa na cobrança e o fato da empresa colocar carros, motos, bicicletas e pedestres numa mesma balsa. “Se eles tirassem a fila dos carros, caberiam muito mais motos e bikes.”
A empresa NGI Sul, concessionária da travessia Itajaí/Navegantes, diz não ter dados específicos de movimentação por horário, mas credita atrasos ao aumento do fluxo de veículos, sejam carros, motos ou bicicletas; em determinados horários. Outro ponto que impacta nas saídas das balsas dos terminais é o aumento no tráfego de navios no canal de acesso aos portos de Itajaí e Navegantes, geralmente no horário da manhã, muitas vezes coincidindo com os horários de pico.
Uma das alternativas propostas pela empresa para reduzir os gargalos, nos lados de Navegantes e Itajaí, é a implantação de uma terceira rampa. “O que nós já propomos para as duas cidades, mas aí depende do entendimento, tanto de Itajaí quanto de Navegantes, é a implantação de uma terceira rampa, que iria desafogar muito o trânsito”, disse a empresa por meio de sua assessoria de comunicação.
Ainda segundo a concessionária NGI Sul, hoje o ferry boat é alternativa para tudo, seja para desviar do tráfego da BR 101, seja para a travessia de turistas que visitam as praias da margem esquerda do rio Itajaí-Açu, seja para a travessia da grande quantidade de pessoas que residem em Navegantes e trabalham em Itajaí. Isso impacta no fluxo de veículos, pedestres, motos e bicicletas.