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Kleber Lúcio Gil fala sobre pênalti polêmico marcado em Hercílio Luz e Marcílio Dias

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Foto: Júlio Cancellier/Sinafesc

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Kleber Lúcio Gil fala sobre pênalti polêmico marcado em Hercílio Luz e Marcílio Dias

Diretor da FCF afirma que a comissão de arbitragem entendeu que Júlio César Pfleger era o melhor nome para o confronto

O diretor de arbitragem da Federação Catarinense de Futebol (FCF), Kleber Lúcio Gil, participou do programa Central do Esporte nesta terça-feira (5). Durante a entrevista, o ex-assistente FIFA falou sobre os desdobramentos da partida entre Hercílio Luz e Marcílio Dias, pela semifinal da Copa Santa Catarina.

Sobre o pênalti de Geninho em Poffo, lance que o Hercílio contesta em relação à marcação do árbitro Júlio César Pfleger, Kleber Lúcio Gil diz que é necessário uma análise técnica para tirar conclusões. O Hercílio visitou a FCF nesta segunda-feira (4) para cobrar providências da entidade. “Nos reunimos com a diretoria do Hercílio para ouvi-los. A Federação tem que ter essa disponibilidade de ouvir seus afiliados. Conversamos bastante sobre isso (lance polêmico do final de semana). Houve um pedido e vamos atender. A gente vai avaliar tecnicamente todo o jogo. Cada jogo tem um analista, recebemos as informações de quem estava no campo e teve sua impressão”, afirmou.

O ex-assistente disse que as imagens não são conclusivas. “Vendo as imagens, a gente fica na dúvida. Vamos pedir opiniões de outros analistas, até da CBF, para estabelecer critérios. A imagem não ajuda. Quem buscou o contato? Foi o zagueiro que fez a carga e tocou no pé do jogador ou o jogador que atrasou a passada e bateu no zagueiro? Estamos avaliando isso tudo e vamos analisar o jogo inteiro. Precisamos entender todo o contexto do jogo, se aplicou bem ou deixou de aplicar algum cartão. Vamos assistir até o jogo de ida. Queremos trazer uma análise técnica, passar isso a limpo, isenta de qualquer parcialidade ou de emoção”, pontuou Gil.

Confira a entrevista com Kleber Lúcio Gil

Segundo o diretor de arbitragem, o departamento responsável pela escala de arbitragem escolheu Pfleger pelo histórico recente em competições nacionais, além de ele já ter apitado a mesma partida em Tubarão pelo Estadual deste ano. “Quem escala é a comissão. Ela entendeu que esse nome era o mais apropriado para esse jogo. O Júlio apitou o mesmo jogo no Catarinense, em Tubarão. A CBF estava aproveitando ele em jogos de Série C, D, ele vinha progredindo, e a comissão achou por bem escalá-lo. Não interfiro na comissão. Só interfiro se a comissão fizer algo fora do que seja comum ou do que entendemos que não seja adequado à realidade”, explicou o diretor.

Kleber Lúcio Gil também respondeu à declaração do diretor executivo colorado, Pedro Smania, que cobrou a escalação de um árbitro mais experiente, citando Gustavo Ervino Bauermann. “Se eu tivesse no quadro 20 ‘Ramons’, 20 ‘Braulios’ e 20 ‘Gustavos’, seria muito mais fácil. O Gustavo está escalado para Cruzeiro e Flamengo. A orientação da CBF é que se escale apenas em casos extremos, caso não haja mais ninguém disponível para trabalhar, porque ele pode correr o risco de sofrer uma lesão ou passar por uma situação problemática como a deste lance de sábado. Mesmo que fosse outro árbitro, qualquer um ficaria na dúvida“, disse.

Ele também acrescentou: “O mais adequado neste momento é avaliar o jogo inteiro, pra eu realmente poder pontuar e falar: ‘Realmente, não era jogo para esse árbitro, porque a condução do jogo não foi adequada’. Independente do árbitro, a decisão que ele tomasse geraria dúvida. Só vou poder dizer se a comissão usou o nome adequado ou não depois que eu fizer uma análise completa do jogo: como ele conduziu a partida, administrou o comportamento dos jogadores, pra ver se realmente era adequada ao jogo decisivo, como era a semifinal da Copa SC”, destacou.

O dirigente da FCF também explica a ausência na partida, outra crítica feita pelo Hercílio Luz na nota oficial após a semifinal. Gil atuou como delegado especial na segunda semifinal entre Concórdia e Chapecoense. “Não posso falar pelos outros departamentos, mas escalamos delegados especiais para esse jogo. Como eu estava em treinamentos com árbitros em São Miguel do Oeste, já fiquei em Concórdia. O Cantucho estava na final da Série C, e outros da comissão também estavam em outras situações. Conversamos com o pessoal do Hercílio. Da minha parte, eu estive em Concórdia: se eu não fosse, não teria ninguém. É uma questão de cada departamento, de entender as necessidades. A conversa foi respeitosa e adulta, no sentido de solucionar os principais problemas. O maior problema não é a decisão de um pênalti. Precisamos pensar no futebol catarinense como um todo. Sofre a equipe que se sente prejudicada e é eliminada. Precisamos pensar daqui para frente no que pode ser melhorado”, esclarece.

Por fim, Gil fala sobre os próximos passos. A FCF entregará um relatório técnico ao Hercílio Luz sobre a condução da arbitragem no duelo de volta da semifinal da Copa SC. “Vamos avaliar e encaminhar ao clube. Eles fizeram essa solicitação. Vamos analisar o jogo no geral e encaminhar para que o Hercílio tenha suas respostas. Temos que respeitar as opiniões. Vamos dar um parecer técnico. Assim como nas duas equipes, que têm um trabalho de um ano inteiro, há um trabalho dos árbitros, que se dedicam. Passei por isso enquanto árbitro, não queremos estar sendo criticados depois dos jogos. Vamos procurar ser o mais justo possível e não esconder nada”, garantiu.

Em outro comunicado, o Hercílio Luz afirmou que encaminhou um ofício solicitando o afastamento do diretor de competições, Carlos Crispim, do presidente da Comissão de Arbitragem, Cantucho João Setúbal, além do afastamento para reciclagem do árbitro Júlio César Pfleger.

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